1º Encontro preparatório para a jornada: ESTADO: PARA QUÊ E PARA QUEM?
*AMBIENTE:
-Preparar o ambiente com recortes de notícias de jornais e
revistas que mostrem problemas da sociedade (bairro, cidade, estado, país,
exterior...);
-Cartaz da 3ª Jornada Franciscana Nacional pelos Direitos
Humanos;
-Cartazes da 5ª Semana Social Brasileira;
-Cartaz do 18º Grito dos/as Excluídos/as;
-Bandeira do Brasil;
-Painel para montar “O Estado que temos” e “O Estado que
queremos”;
-Canetas, lápis, pincel, tinta, etc;
*ACOLHIDA:
Com cantos bem animados a equipe de recepção acolhe os
irmãos e irmãs da Fraternidade e outros participantes visitantes.
*ORAÇÃO:
A – Abri meus lábios, ó Senhor
T – E minha boca anunciará vosso louvor,
A – Vinde exultemos de alegria no Senhor,
T – Aclamemos o rochedo que nos salva!
A – Ao seu encontro caminhemos com louvores
T – E com cantos de alegria celebremos!
*DE OLHO NA VIDA:
Cada irmão e irmã participante lê uma das notícias que
relata problemas da sociedade e faz comentários sobre a matéria. Debate livre
entre os participantes.
*CANTANDO:
Hino Nacional do Brasil:
Letra: Joaquim Osório Duque Estrada
Música: Francisco Manuel da Silva
*CONVERSANDO:
Conversar sobre o que acham do Hino Nacional e da Bandeira
do Brasil.
*APROFUNDANDO:
-LEITOR/A 1: Nos países ocidentais, o Estado mantém a
tradição de regime democrático. O problema é que, ao lado dessa tradição, ele
opera no contexto do modelo capitalista de produção. Este, por sua vez, tem
como base ideológica a filosofia liberal ou neoliberal. De tal forma que o
mercado livre, com sua lógica férrea de maximização dos lucros e acumulação de
capital, acaba delegando aos “governos democráticos” a função de capataz de
seus empreendimentos. Pior ainda, em não poucos casos, o Estado torna-se o
próprio motor da economia privada, parceiro e cúmplice direto dos meganegócios
das empresas transnacionais.
-LEITOR/A 2: Isso para não falar na duplicidade do mercado
livre: livre da intervenção do Estado nos tempos de vacas gordas, quando os
rendimentos navegam na maré alta; mas quando a crise bate à porta, os empreendedores
privados não hesitam um segundo em solicitar o socorro dos respectivos
governos. Estes se dispõem imediatamente a salvar o setor financeiro como um
todo, muitas vezes em detrimento das políticas de trabalho e salário, de saúde,
educação, transportes coletivos, habitação...
-LEITOR/A 3: Disso resulta, por um lado, o lucro fabuloso
dos bancos nos momentos de pior crise e, por outro, a precariedade dos serviços
públicos à população de baixa renda. Em outras palavras, no sistema
capitalista neoliberal, o Estado, em lugar de exercer a função de juiz e de
regular os interesses contraditórios, salvaguardando a defesa das camadas
fragilizadas, acaba por desempenhar a tarefa de privatizar os lucros e
socializar as perdas. Faz isso através de impostos e incentivos, favorecendo em
geral o crescimento a qualquer preço. O cenário atual da Comunidade Europeia é
o melhor exemplo disso.
-LEITOR/A 1: Daí a necessidade de repensar o Estado desde
sua raiz, que é a proposta para os debates em torno da 5ª Semana Social
Brasileira. Do Estado que temos ao Estado que queremos, o caminho a percorrer é
longo, lento e laborioso. O grande desafio é substituir o privilégio de viver
bem, em que alguns tudo podem e tudo querem porque se encontram no topo da
pirâmide, pelo conceito indígena de bem viver, o qual, em lugar de inverter a
pirâmide social, levará a uma relação nova com a natureza e com as coisas, com
os animais e as pessoas – onde fica abolido todo o tipo de hierarquia
piramidal.
-LEITOR/A 2: A 18ª edição do Grito dos Excluídos e Excluídas
contribuiu com esse debate. De fato, um Estado a serviço das necessidades
básicas da população, e não movido pelo lucro e acumulação de capital, deve
levar em conta os gritos que irrompem do chão, dos porões da sociedade, das
ruas e campos, do cotidiano dos trabalhadores e trabalhadoras e suas famílias.
Gritos, não raro, noturnos e obscuros, silenciosos, ocultos e ignorados; gritos
imprevisíveis que, de tão reprimidos, explodem espontaneamente buscando o sol,
a vida e o ar livre; gritos organizados, que a custo vão pavimentando a
estrada dos direitos humanos.
-LEITOR/A 3: Nessa
perspectiva, o lema do Grito não poderia ter sido mais claro: “Queremos um
Estado a serviço da nação que garanta os direitos a toda população!” Neste
esforço conjunto, desafios e potencialidades se mesclam, se confundem e se
alternam. Os desafios são inúmeros, como o são também a resistência e teimosia
dos sofredores. De um lado, um Estado que permanece surdo e cego ao clamor que
vem das bases, permeado pela corrupção e por uma relação muitas vezes promíscua
entre os diferentes poderes. De outro, a força da mobilização popular, em que
milhares de iniciativas seguem acendendo pequenas luzes em meio à escuridão.
(Com informações do Jornal Grito dos/as Excluídos/as – Nº 54)
*DE OLHO NA BÍBLIA:
Ler Gênesis 47,13-26, conversar sobre a leitura,
interligando com os fatos lidos nas reportagens, com a temática do Grito dos/as
Excluídos/as e da 5ª Semana Social Brasileira.
*DINAMIZANDO:
Dividir o grupo em duas equipes e montar o painel com “O Estado
que temos” e “O Estado que queremos”. Conversar sobre as respostas.
*GESTO CONCRETO:
-Que tal redigir uma carta para a Câmara dos Vereadores/as
ou para a Prefeitura, contendo as reflexões sobre o Estado que temos e o Estado
que queremos?
-Que tal aprofundar a temática da 5ª Semana Social
Brasileira e engajar-se na sua realização?
-Que tal procurar grupos da Cáritas Brasileira, das
Pastorais Sociais ou da Comissão de Justiça e Paz para realizar algum trabalho
juntos? Se não houver, que tal promovê-los?
-Que tal conversar com outras pessoas da Comunidade, da
Paróquia, da Diocese, do Regional, sobre esses temas?
-Outras ideias e propostas?
*QUE TAL UM VÍDEO?
Poderão assistir ao vídeo “Semanas Sociais Brasileiras”
(Comissão Episcopal de Pastoral para o Serviço da Caridade, Justiça e
Paz-CNBB): http://www.youtube.com/watch?v=aMTlibg99-0