Nesse mês, dia 25, a Igreja nos propõe um príncipe, que podemos chamar de pérola dos soberanos, glória da coroa da França, modelo de todos os príncipes cristãos; e para dizer tudo em duas palavras, um Monarca verdadeiramente segundo o coração de Deus, da Igreja e do povo.
Luís IX nasceu em 25 de abril de 1214, na cidade de Poissy, próxima de Paris. Seu pai foi Luís VIII, filho de Filipe Augusto, e sua mãe a princesa Branca, de quem os historiadores atribuem a glória de haver sido filha, sobrinha, esposa, irmã e tia de reis, seu pai foi Afonso IX, Rei de Castela, que infligiu aos mouros sério revés na batalha de Navas de Tolosa, quando mais de duzentos mil infiéis pereceram no campo de batalha; era sobrinha dos reis Ricardo e João, da Inglaterra; esposa de Luís VIII, Rei da França; irmã de Henrique, Rei de Castela; mãe de São Luís IX e de Carlos, Rei de Nápoles e da Sicília; e tia, através de suas irmãs Urraca e Berengüela, de Sanches, Rei de Portugal, e de São Fernando III, Rei de Leão.
Rei, estadista e cruzado. Cada época histórica tem um homem que a representa. Luís IX é o homem modelo da Idade Média: é um legislador, um herói e um santo… “Marco Aurélio [Imperador romano pagão] mostrou o poder unido à filosofia; Luís IX, o poder unido à santidade. Avantajou-se o cristão” (Chateaubriand, Estudos históricos).
São Luís foi um espelho de honestidade e sabedoria. Seu pai, que unia virtude e zelo pela religião a uma bravura marcial que lhe valeu o nome de Leão, foi particularmente zeloso na sua educação.
Sua mãe, Branca, não poupou esforços para torná-lo um grande rei e um grande Santo, sobretudo após a morte de seu filho primogênito, Filipe. Ela lhe repetia com freqüência estas palavras, dignas de serem imitadas por toda mãe verdadeiramente católica: “Meu filho, eu gostaria muito mais ver-te na sepultura, do que maculado por um só pecado mortal”.
No dia 27 de maio de 1235, pouco depois de completar 20 anos, casou-se com Margarida, filha mais velha de Raimundo Béranger, Conde de Provence e de Forcalquier, e de Beatriz de Sabóia.
Luís IX procurava acima de tudo tributar a Deus o serviço e a honra que Lhe eram devidos. Este lhe retribuía assistindo-o em todas as necessidades, aconselhando-o nos empreendimentos, protegendo-o dos inimigos e conduzindo a bom termo todas as suas iniciativas.
Ao contrário de outros Monarcas, que negligenciam a educação dos filhos, ou os deixam, sem maior preocupação, aos cuidados de governantes, São Luís chamava pessoalmente a si o cuidado de os instruir, imprimindo-lhes na alma o desprezo pelos prazeres e vaidades do mundo e o amor pelo soberano Criador. Ele os exercitava normalmente à noite, após as horas Completas, quando os fazia vir a seu quarto a fim de ouvir as suas piedosas exortações. Ensinava-lhes, além disso, a rezar diariamente o Pequeno Ofício de Nossa Senhora, obrigava-os a assistir às Missas de preceito, e  incutia-lhes a necessidade da mortificação e da penitência. Às sextas-feiras, por exemplo, não permitia que portassem qualquer ornamento na cabeça, porque foi o dia da coroação de espinhos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Ainda hoje existem os manuscritos das instruções por ele deixadas à sua filha Isabel, Rainha da Navarra: são tão santas e cheias do espírito de Nosso Senhor, que nenhum diretor espiritual, por mais esclarecido que seja, seria capaz de apresentar outras mais excelentes.
Se São Luís soube educar tão bem os filhos, foi entretanto ainda mais admirável em governar os negócios públicos. Nunca a França experimentou tanta paz e prosperidade como em sua época. Enquanto as outras nações, em todas as latitudes, estavam em convulsão, os franceses por ele governados gozavam de uma feliz tranqüilidade, assegurada pela sabedoria do Monarca. Ele soube banir do Estado, através de sábias leis, todos os desregramentos então existentes. O primeiro deles foi a blasfêmia e os juramentos ímpios e execráveis. Foram tão rigorosas as punições contra eles estipulados, que o Papa Clemente IV julgou dever atenuá-las.
Modelo em tudo para os homens públicos de todos os tempos e sobretudo de nossos dias, Luís IX o era de modo especial no tocante à boa administração dos bens do Estado e ao exímio cumprimento da lei. Além de administrar Justiça, não negligenciava o Santo Monarca o cuidado dos pobres.
São Luís se encontrou com a irmã morte no dia 25 de agosto de 1270, precisamente 22 anos após sua partida para a VI Cruzada.
As relíquias de São Luís, com exceção das entranhas, foram destinadas à Abadia de Montréal, na Sicília, a pedido do Rei Carlos, irmão do Santo Monarca. O resto de seu corpo repousa na Abadia de Saint-Denis. Seu culto foi juridicamente examinado e aprovado pelo Papa Bonifácio VIII, que o canonizou em 1297.
São Luís IX deixou a seu filho uma carta testamento em orienta-o seguir os ensinamentos de Deus em sua vida, carta que serve também para nós franciscanos de como exemplo de obediência as leis Deus.
Carta testamento de São Luis,  Rei de França ao seu filho.
Meu querido filho, minha primeira instrução é que você  ame o Senhor seu Deus com todo o seu coração e toda  a sua força. Sem isso não há salvação. Mantenha-se longe de tudo que Deus não goste ou seja de qualquer pecado mortal. Permita-se ser atormentado por todo e qualquer martírio antes de você  cometer um pecado mortal. Se Senhor permitir que você seja testado, aceite com gratitude e com força de vontade, considerando que está acontecendo para o seu bem e talvez você venha de merecer. Se o Senhor tirar de você qualquer tipo de prosperidade agradeça-O humildemente e cuide para que você não se torne pior por causa disso, ou por  vaidade ou orgulho  ou qualquer outra coisa, porque você não pode se opor a Deus e nem questiona-LO  nos seus presentes e dons.  Seja bom de coração e bondoso aos pobres, desafortunados e os aflitos. Dê a eles a maior  ajuda que puder e os console se conseguir. Agradeça a Deus por todos as graças e  benefícios  que Ele der a  você, e faça  valer a pena receber maiores graças e benefícios futuros. Sempre fique do lado  dos pobres e não dos ricos até ter certeza da verdade. Seja devoto e obediente a nossa mãe a Igreja de Roma e ao Supremo Pontífice como seu  pai espiritual. Concluindo queridíssimo filho, eu dou a você todas as bênçãos de um pai que ama pode dar a um filho. E que a Santíssima Trindade e todos os santos protejam você  de todos os demônios. E possa o Senhor dar a você a graça de ser servido e honrado  através de você e que na próxima vida nós possamos, juntos, vê-LO, ama-LO e louva-LO sem cessar. Amen!


Fonte de referência: http: www.lepanto.com.br

Colaboração: Tácito Virgílio (Regional Oeste)