Por Alex Federle do Nascimento
Secretário Regional da JUFRA Sergipe
Regional NE B2

Organização do Espaço:
Materiais a serem utilizados: Imagem de São Francisco, Plantas, Tau, Devocionário Franciscano, Bíblia Sagrada, Terra, Sementes, Água e Imagem de Santa Clara, Imagens (fotos) da cidade de Assis, Velas.
Modo de utilização: todo material deve ser espalhado durante o encontro pelos jufristas.

ESQUEMA DO ENCONTRO

Oração Inicial: Oração de São Francisco (cantada)
Senhor fazei de mim um instrumento de vossa paz (4x)
Onde há ódio, que eu leve o amor, onde há ofensa, que eu leve o perdão, onde há discórdia, que eu leve a união, onde há dúvidas, que eu leve a fé, onde houver erro, que eu leve a verdade, onde há desespero, que eu leve a esperança, onde há tristeza, que eu leve alegria, onde há trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, que eu não busque tanto ser consolado, mas consolar ser compreendido, mas compreender ser amado, mas amar porque é dando, que se recebe é perdoando, que se encontra o perdão/ morrendo, que se ressuscita para a vida eterna.

Montar o cenário: Pedir para que cada irmão e irmã presente espalhe todo material no salão. Após, acendam as velas. O dirigente da reunião pede que cada um/a relate tudo o que recorda sobre a história de vida de São Francisco de Assis. Em seguida, canta-se a música de reflexão.

Música de reflexão: Cantiga por Francisco
1) Meu amigo, deixou seu dinheiro,/ sua herança e os direitos que tinha/ era jovem demais o menino, /disse o pai, o vizinho a vizinha,/ meu amigo encontrou a verdade,/ em seu rosto banhado de luz,/ pelas ruas de sua cidade, meu amigo imitava Jesus.
Refrão: Irmão vento, irmão sol, irmã lua,/irmão lobo tu és meu irmão,/ rouxinol, sabiá, criaturas de Deus,/ somos obras de suas mãos.
2) Meu amigo viveu sem ter nada,/ por esposa escolheu a pobreza,/ era jovem demais o menino,/ não podia ter tanta certeza,/ foi assim que ele abriu um caminho,/ para quem quer viver só de amor,/ não ficou muito tempo sozinho:/ gente nova o seguiu com fervor.
3) Hoje em dia nos jovens que eu vejo,/ irrequietos num mundo infeliz,/ eu renovo a esperança e o desejo, / de topar com Francisco de Assis / calça lee, pé no chão, mundo novo, / mil idéias de renovação,/ eles são consciência do povo,/ queira Deus que eles cresçam irmãos.

Após a música, o dirigente da reunião faz uma reflexão mais aprofundada sobre a vida de São Francisco de Assis.

BREVE HISTÓRICO DA VIDA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS:

Francisco de Bernardone, filho de um rico mercador de tecidos, nasce em um momento em que as cidades se tornam pólos de poder. Foi batizado com o nome de João a pedido de sua mãe, mas quando o seu pai retorna de uma viagem resolve mudar o seu nome para Francisco em homenagem à França. (BOLTON, 1983)
Francisco participa de sua primeira guerra no ano de 1998, onde a batalha ocorria entre Assis (sua cidade natal) e Perúsia, os plebeus estavam lutando contra os nobres, mas se deixaram combater em Collestrada e Francisco é feito prisioneiro, aonde encontra uma edição do Novo Testamento e passa a lê-la. Saiu um ano depois quando seu pai pagou para que ele fosse solto, mas saiu doente da prisão.
Em 1205, Francisco resolve atender ao pedido do Papa e se alista nos exércitos do conde Gentil della Pagliara, onde quer combater contra os partidários do Império, sendo que, ao chegar à cidade de Espoleto, resolve voltar para a cidade de Assis, pois durante o caminho sonhara que estava em um castelo cheio de armas, mas em sonho aparece uma voz forte que lhe interrogava: “É melhor seguir o servo ou seguir o senhor?”. E a resposta vem de dentro: “Senhor, o que queres que eu faça?”. E essa resposta-pergunta não saia de dentro dele.
É em 1205 que começa o início da conversão de Francisco, quando este retorna da cidade de Espoleto para Assis ao em vez de combater as tropas do Império. Certo dia Francisco rezava na capela de São Damião quando parece escutar uma voz do crucificado que dizia: “Francisco, vai e reconstrói a minha igreja que está em ruínas”. Francisco decide romper com o pai e seu meio diante de toda cidade e do Bispo Dom Guido, renunciando a riqueza de seu pai, entregando-lhes até as vestes. Em seguida, Francisco começa a pedir pedras pelas ruas de Assis, para reconstruir a capela de São Damião, São Pedro e Santa Maria dos Anjos (Porciúncula). Sendo que, no dia 24 de fevereiro de 1209 ao participar de uma Missa é que Francisco compreende que a sua missão não era (re)construir igrejas e sim, era de apóstolo e pregador.
Em 1210, quando tinha consigo alguns companheiros, Francisco vai até Inocêncio III pedir aprovação para o seu modo de vida, estando relutante em aceitar uma regra tradicional. Inocêncio não toma de imediato a decisão, porém, permite que a nova comunidade continue a existir sob duas condições: a primeira era que Francisco com seus companheiros fossem tonsurados de forma que, como clérigos, pudessem obter permissão verbal para pregar em todo lado (...); a segunda condição (e vital) resolvia a questão da liderança de acordo com as exigências da Cúria quando Francisco promete ser em todas as coisas obediente à Santa Sé e os seus companheiros obedientes a ele (...). Sem esquecer que Inocêncio vigia o desenvolvimento da nova comunidade no decorrer da década seguinte. (BOLTON, 1983, p. 78)
Francisco elabora uma regra que resumia o seu modo de vida, principalmente com passagens do Evangelho, denominada de Regra Não Bulada (Primitiva de 1210). A regra primitiva mostra que não lhe era permitido defender-se. Caso fossem atacados pelos hostis, deviam andar a pé por todo o lado, só lhes sendo permitido montar a cavalo em caso da mais extrema necessidade.
Em 1212, Francisco pregava a Semana Santa na catedral de São Rufino, onde frequentava a alta classe de Assis que o via pobre e o escuta falar de um Cristo pobre, entre os ouvintes estava Clara de Scifi, uma jovem bela que ficara arrebatada com o que Francisco dizia. No Domingo de Ramos (18 de março de 1212) todos se aproximavam do bispo para receber a palma benta, mas Clara fica em seu lugar e o bispo vai até ela e lhe entrega a palma. Este era o sinal que Clara esperava.
Durante a madrugada, Clara foge e vai ao encontro de Francisco que a esperava com seus companheiros com tochas e a acompanham até a capelinha. Lá, Francisco corta-lhe os cabelos, substituindo suas vestes por trajes da pobreza e da penitência, naquela noite nascia a Segunda Ordem Franciscana ou Ordem das Irmãs Clarissas, através da qual as mulheres também poderiam seguir aquele modo de vida.
Alguns anos depois, Francisco convida o casal Luquésio e Buona para fazer a experiência da vida religiosa fora dos conventos, dando-lhes um conjunto de normas de vida em família e em sociedade. Nasceu assim, a Ordem Terceira Franciscana.
Em 1217 quando a ordem adquire muitos adeptos, no Capítulo Geral, os franciscanos tomam a decisão de estabelecer postos fora da Itália. A partir desse crescimento a ordem dividia-se em Províncias, com isso tem-se a necessidade de modificar a regra, onde Francisco fica encarregado de fazer as devidas alterações.
A nova regra, Regra Prima diferencia-se da Primitiva devido o fato a ênfase dos 23 capítulos era no sentido de um estilo de vida mais regular com uma hierarquia de eclesiásticos, um noviciado e uma recepção mais organizada de candidatos à ordem. Essa regra foi aceita pelo Papa Honório III como regra definitiva da ordem em 1223, conhecida como Regra Bulada (Regula Bullata).
Com a nova regra depois das difíceis relações coma Cúria pontifícia, Francisco mostra a sua vontade de viver como irmão “menor”, ou seja, humilde, pequenino. Francisco repugna o exercício do poder, não propõe outro programa além da bem-aventurança da pobreza, o louvor e a admiração diante da criação.
Vários conflitos ocorreram nesta época em que Francisco viveu, inclusive as Cruzadas, e vários casos de heresias. E, em 1208 o papa Inocêncio III convoca os senhores do norte da França a pegar em armas contra os heréticos. Assim, sob a chefia de Simon de Montfort, foi organizada a Cruzada dos Albigenses. Entre 1230-1240, o Papa passa a dirigir o combate às heresias, organizando as Tribunas da Inquisição e conseguem com este método eliminar a heresia albigense. Mesmo assim, as heresias haviam demonstrado a profunda inquietação religiosa.
O movimento franciscano crescia na região da Itália e em outros países da Europa dentro deste cenário. Naquela época, a parte da Europa que não era cristã fazia parte do mundo dos sarracenos, os seguidores de Maomé. Ocorria a guerra entre cristãos e sarracenos, já que estes ocupavam a Terra Santa.
Em 1219 Francisco atravessa a linha de combate e vai falar com o Sultão Malek al-Kamel, mas não obteve sucesso. Entretanto, os sarracenos deixaram Francisco voltar como um amigo, pois ficaram muito impressionados com ele e seus companheiros. Ao retornar da viagem, ele volta pior da saúde.
No dia 14 de setembro de 1224, estando no Monte Alverne em oração, Francisco recebe em seu corpo os Estigmas de Cristo.
Em 1225, Francisco inicia um tratamento profundo na corte papal, mas depois pediu para ser levado para a Porciúncula quando sentiu que o seu fim estava perto. Celebrou mais uma vez com os frades e dividiu o pão com eles. E no dia 03 de outubro de 1226 morreu deitado na terra como era o seu desejo.
Em 6 de julho de 1228, o Papa Gregório IX proclamava solenemente santo aquele que todos já invocavam como santo. No dia seguinte à canonização começou a construção da Basílica de São Francisco, para onde foi transladado seu corpo em 1230.

APÓS ESTE MOMENTO: CANTA-SE A MÚSICA FRANCISCO VEM RECONSTRUIR

1) Tu que entregaste ao Senhor a tua vida por amor, ajuda a gente a se lembrar, que é necessário partilhar. Tu que mudaste de lugar descendo a escala social,
ajuda a gente a praticar uma opção mais radical.
Francisco vem reconstruir, pois a Igreja somos nós. Ajuda a gente a se unir, fazer ouvir a nossa voz. (2x)
2) Tu que amaste as criaturas com a ternura de um irmão, ajuda a gente a ser fraterno, transforma o nosso coração. Tu que aprendeste a te alegrar, no sofrimento e na dor, ajuda a gente a superar o que na vida é amargor.

LEITURA DA PASSAGEM BÍBLICA DE SÃO MATEUS 28, 17-19ª
“Quando o viram, prostraram-se; mas alguns tiveram dúvida. Jesus se aproximou deles e disse: Foi me dada toda a autoridade no céu e na terra. Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações”.
Observação: Neste momento, o dirigente deve fazer uma breve reflexão sobre o chamado que São Francisco ouviu e seguiu de forma fiel ao evangelho. E o mais importante, evangelizou. Sendo assim, deve-se destacar a necessidade de enquanto jovens franciscanos e seculares, o nosso espírito de missionários/as. Em seguida, canta-se a música seguinte.

MÚSICA: MEU VERDADEIRO IDEAL
1) Todo Jovem busca um ideal. E mais plenamente conquistar seus sonhos. Posso mudar o mundo ao meu redor. Se eu começar por mim algo será melhor.
Na juventude Franciscana, Eu descobri minha cruz na forma de um tau. Foi na JUFRA, que eu encontrei, em São Francisco, meu verdadeiro ideal.
Sendo o irmão sol que brilhará, ou a irmã lua a iluminar. Minha juventude é franciscana, é assim na JUFRA.
2) Muitos caminhos oferece o mundo, Cabe a mim a decisão de qual seguir. De nada vale possuir a tudo, Porque sem Deus o tudo é um nada aqui no mundo.

Após a música, ao redor dos elementos e com as velas acessas, encerra-se o encontro com a oração da Fraternidade.


BIBLIOGRAFIA UTILIZADA:

ARRUDA, José Jobson de Andrade. História Antiga e Medieval. 2ª edição. São Paulo, Ática, 1977.

BAGGIO, Frei Hugo D. São Francisco de Assis: Um ideal para Você! São Paulo: Edições Loyola, 1990.

BOLTON, Brenda. Os frades. In: A Reforma na Idade Média – século XX. Lisboa – Portugal: Edições 70, 1983, p. 77-85.

LE GOFF, Jacques. Francisco de Assis. Mendicantes na cidade. In: Em busca da Idade Média. Tradução de Marcos de Castro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005, p. 110-119.

PEDROSO, Frei José Carlos Côrrea. São Francisco de Assis. São Paulo: Centro Franciscano de Espiritualidade, 1996.


TELLES, Frei Antônio Molisani. Fontes Franciscanas. Tradução do original latino: “Fontes Franciscani”. São Paulo: Editora Mensageiro de Santo Antônio, 20.