Eucaristia é Cristo Jesus que se faz verdadeiro alimento e verdadeira bebida para remissão de nossos pecados: "Tomou o pão, deu graças, partiu-o e lhes deu, dizendo: Isto é meu corpo, que é dado por vós. Fazei isto em memória de mim'. Depois da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue, que é derramado por vós'." (Lc 22, 19-21).
A jovem Clara desde cedo entendeu essa dimensão da Eucaristia e demonstra isso através de seu interesse pela vida religiosa e entrega total à mão de Deus. Rezava diariamente, fazia sacrifícios e penitências. Tudo isso para mostrar seu sincero amor a Deus.
Depois que Clara fugiu para o convento, começou a germinar e a florir uma vida de oração e trabalho, de pobreza e alegria que, por sua influência benéfica na Comunidade Franciscana, fez com que esse amor e admiração por Deus aumentassem cada vez mais.
Santa Clara enfrentou diversas dificuldades, mas soube resistir e solucionar os problemas com bravura e muita fé, graças a seu respeito e devoção a Deus. Foi com sua fé que Clara conseguiu salvar a sua irmã Inês das garras de seu tio e dos homens que foram buscar sua irmã no convento, pois Inês também fugiu para seguir o mesmo caminho que Clara. Mas, seu pai não aceitava.  Muito furioso, Favorino (pai de Clara e Inês) pediu a seu irmão que fosse buscar a sua filha Inês e que trouxesse a qualquer custo. Chegando ao convento, seu tio e mais alguns homens pediram-lhe que viesse embora para casa. Porém, Inês resistiu e disse que não iria. Então, os homens entraram no convento e arrastaram-na para fora espancando, pisoteando, dando vários socos. Desesperadamente, Inês gritava e pedia socorro à sua irmã Clara. Esta, impotente para proteger sua irmã, refugiou-se na capela do convento, onde rezou fervorosamente a misericordiosa ajuda de Deus. Eis que os homens perderam todas as suas forças, não conseguiam arrastar mais Inês. Seu tio, bastante enraivecido, colocou uma luva de ferro e levantou o braço a fim de esmagar a cabeça de Inês.  Porém, seu braço ficou paralisado no ar, sem poder realizar nenhum movimento. Nesse momento, os homens assustados perceberam que não havia meios de levar Inês e abandonaram o local.
Podemos ver o quanto Santa Clara era fiel a Deus, o quanto ela confiava nele. Outra demonstração de fé e amor a Jesus Cristo foi quando os soldados tentaram invadir o convento com intuito de matar as monjas e destruir todo o convento. Clara, mesmo estando doente, pediu que as irmãs a colocassem diante da porta principal que estava fechada e que lhes trouxessem o ostensório com Jesus Sacramentado. Com o ostensório na mão e as monjas ao seu lado, rezou suplicando ao Senhor que livrasse todas do mal. Em seguida, um grande silêncio tomou conta daquele lugar e do ostensório ouvia-se uma voz que era do MENINO JESUS que lhes dizia: "SEREI SEMPRE O SEU GUARDA!" e tudo voltou ao normal.
Tomás de Celano nos diz que "O amor devoto de Santa Clara pelo sacramento do altar foi muito intenso.”. No processo e nos Fioretti conta-se que, estando gravemente doente e sofrendo por não poder participar das funções litúrgicas, Jesus Cristo, não querendo deixá-la assim desconsolada, a fez miraculosamente transportar-se à igreja de São Francisco onde ela pôde participar da missa e receber a santa comunhão. Tudo isso porque Clara era fascinada pelo fato de Deus ter se abaixado e se escondido na encarnação, na paixão e na Eucaristia.

Para Reflexão Pessoal:
Como anda a nossa intimidade com Deus?
Como anda a minha a vida de oração?
Será que eu tenho esse mesmo zelo, amor e devoção ao Cristo Eucarístico, assim como Santa Clara teve?


Cíntia Paula Costa de Souza
Assessora de Formação Regional NE B2



REFERÊNCIAS

BIBLIA CATÓLICA, Tradução da CNBB (Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil). 4. ed. Edições CNBB. Editora Canção Nova, 2006.

www.cantinhofranciscano.blogspot.com