A exortação Marialis Cultus, de Paulo VI, estabelece para o primeiro dia do ano civil a solenidade da Mãe de Deus. Diz o documento: “Colocada (a solenidade da Mãe de Deus) no primeiro dia de janeiro, ela é destinada a celebrar a parte desempenhada por Maria no mistério de salvação e exaltar a singular dignidade que decorre daí para a santa Mãe, pela qual recebemos o autor da vida. É ocasião propícia para renovar a adoração ao Príncipe da Paz recém-nascido, para ouvir de novo o alegre anúncio angélico e para implorar a Deus o dom supremo da paz; por isso, na feliz coincidência da oitava de Natal com o dia augural de 1º de janeiro, instituímos o dia mundial da paz” (n. 5).
A tônica do evangelho de hoje são os relatos iniciais acerca do nascimento de Jesus. Maria está atenta aos acontecimentos e medita sobre eles. Aprendamos dela a escutar e meditar a palavra de Deus, a qual ilumina nossa vida e os acontecimentos que nos cercam. Maria tem a missão de nos conduzir ao seu filho. Por ser a mãe de Jesus, ela é proclamada também nossa mãe e mãe da Igreja.
Os pastores, gente pobre e desprezada, são os primeiros a ir ao encontro do recém-nascido. Ao voltar, glorificam e louvam a Deus por tudo o que viram e ouviram. São os representantes do povo simples e humilde que consegue se alegrar com o ditoso acontecimento. Deus é gratuito, por isso os pobres têm acesso a ele de forma mais fácil. Os donos do dinheiro pensam poder comprar tudo, mas Deus não se deixa comprar. Para acolher a Deus, é preciso esvaziar-se do orgulho, da arrogância e dos bens que impedem a aproximação.
A exortação papal estabelece também a jornada mundial pela paz. Maria gerou o Príncipe da Paz e muito tem a nos ensinar sobre a busca da paz. Muito rezamos pela paz, mas raramente essa oração alcança o coração. Enquanto continuarmos alimentando ódio, arrogância e intolerância, a paz verdadeira nunca se concretizará. Enquanto houver grupos religiosos pregando ódio a milhões de fiéis e apresentadores de tevê estimulando a violência, fingindo denunciá-la, a paz continuará apenas um sonho.
Pe. Nilo Luza, ssp
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