FAZER BEM FEITO TUDO QUE FOR FEITO | ROTEIRO DE MEDITAÇÃO FRANCISCANA
Quarta Meditação – 24.05.2020
Ideal Franciscano de Vida
FAZER BEM FEITO TUDO QUE FOR FEITO
1. LEITURAS INICIAIS
Iluminação bíblica: Mc 2,1-12
Alguns dias depois, Jesus entrou de novo
em Cafarnaum. Logo se espalhou a notícia de que ele estava em casa. E
reuniram-se ali tantas pessoas, que já não havia lugar, nem mesmo diante da
porta. E Jesus anunciava-lhes a Palavra. Trouxeram-lhe, então, um paralítico, carregado
por quatro homens. Mas não conseguindo chegar até Jesus, por causa da multidão,
abriram então o teto, bem em cima do lugar onde ele se encontrava. Por essa
abertura desceram a cama em que o paralítico estava deitado. Quando viu a fé
daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: 'Filho, os teus pecados estão
perdoados'. Ora, alguns mestres da Lei, que estavam ali sentados, refletiam em
seus corações: 'Como este homem pode falar assim? Ele está blasfemando: ninguém
pode perdoar pecados, a não ser Deus'. Jesus percebeu logo o que eles estavam
pensando no seu íntimo, e disse: 'Por que pensais assim em vossos corações? O
que é mais fácil: dizer ao paralítico: 'Os teus pecados estão perdoados', ou
dizer: 'Levanta-te, pega a tua cama e anda'? Pois bem, para que saibais que o
Filho do Homem tem, na terra, poder de perdoar pecados, - disse ele ao
paralítico: - eu te ordeno: levanta-te, pega tua cama, e vai para tua casa!' O
paralítico então se levantou e, carregando a sua cama, saiu diante de todos. E
ficaram todos admirados e louvavam a Deus, dizendo: 'Nunca vimos uma coisa
assim'.
Iluminação franciscana: Espelho da Perfeição 85
Primeiramente, como lhes
descreveu o frade perfeito.
1 De certo modo transformado nos santos frades
pelo ardor do amor e pelo fervor do zelo que tinha pela perfeição deles, o
muito bem-aventurado pai refletia muitas vezes dentro de si sobre as qualidades
e virtudes de que devia ser ornado um bom frade menor.
2 E dizia que seria bom frade menor aquele que
tivesse a vida e as qualidades destes santos frades: 3 isto é:
a fé de Frei Bernardo, que a teve de forma perfeita com o amor à pobreza; 4 a
simplicidade e a pureza de Frei Leão, que foi realmente de uma pureza
santíssima; 5 a cortesia de Frei Ângelo, que foi o primeiro
cavaleiro que veio para a ordem e que era ornado de toda a cortesia e bondade; 6 o
aspecto gracioso e o senso natural com a fala bonita e devota de Frei Masseu;
7 a mente elevada em contemplação que Frei Egídio teve até a
máxima perfeição; 8 a virtuosa e constante oração de Frei
Rufino, que rezava sempre, sem interrupção: mesmo dormindo ou fazendo alguma
coisa tinha sempre seu espírito com o Senhor; 9 a paciência de
Frei Junípero, que atingiu um estado perfeito de paciência, por causa da
perfeita verdade da própria vileza, que tinha continuamente diante dos olhos,
e um ardente desejo de imitar a Cristo no caminho da cruz; 10 o
vigor corporal e espiritual de Frei João das Laudes, que, naquele tempo, ultrapassou
todos os homens em força física; 11 a caridade de Frei Rogério,
cuja vida inteira e comportamento estavam no fervor da caridade; 12 e
a solicitude de Frei Lúcido, que teve grandíssima solicitude e não queria morar
quase um mês no mesmo lugar, 13 mas quando lhe agradava ficar
num lugar, imediatamente se afastava e dizia: “Não temos morada aqui (cf.
Hb 13,14), mas no céu”.
2. REFLEXÃO FORMATIVA
É interessante este trecho do evangelho que fala da cura de um
paralítico. Há algumas pessoas que tiveram que se esforçar para que o milagre
acontecesse. Os homens que carregavam o paralítico na maca, - sabe-se lá de
qual distância, e quando veem que não conseguiriam entrar pela porta, teriam a
chance de desistir, mas ao contrário disso, colocam o homem pelo telhado na
frente de Jesus. O que parecia um empecilho, não os parou. A sequência do
evangelho intriga mais ainda. A primeira coisa que Jesus faz é perdoar os
pecados do paralítico e depois enfim, fazer com que ele volte a andar.
Todos ali desejavam milagres e sinais, este homem desejava voltar a
andar. Jesus oferece muito mais que cura física, mas também a cura da alma.
Estar de pé, não é só uma posição corporal e Jesus sabe disso. Entra um homem
carregado e com seus pecados, sai perdoado e caminhando. Jesus opera com
perfeição o ministério que veio instaurar. E nós embora feitos “à imagem e
semelhança de Deus” (Gen 1,26), somos imperfeitos, na busca pela perfeição, que
não cabe num único homem ou mulher, mas na comunhão de muitos.
Francisco nos ensina que o frade perfeito é a fraternidade, em que cada
um oferece o que tem de melhor, com boa vontade e assim se constrói a Igreja de
Cristo. Cada um de nós, fazendo nossa parte, construímos o rosto do frade
perfeito. A perfeição diante de nossa fragilidade, exige a união dos esforços
coletivos. Francisco deixa isso ainda mais claro quando diz no seu testamento:
“E depois que o Senhor me deu Irmãos ninguém me mostrou o que eu deveria fazer,
mas o Altíssimo mesmo me revelou que eu devia Viver segundo a forma do santo
Evangelho.” (14) A compreensão perfeita dos planos de Deus para sua vida se
concretiza conforme a experiência fraterna acontece.
Pausa (silêncio, respiração assistida, mantra/música)
Sugestão:
Oração pela Paz - https://www.youtube.com/watch?v=KXoqdRdBZbs
Confiemo-nos
ao Senhor - https://www.youtube.com/watch?v=_wquUURLdWo
3. MEDITAÇÃO PESSOAL
- Estamos cientes das nossas
imperfeições, mantemos a humildade ao reconhecer que somos falhos e
imperfeitos?
- Estamos acreditando na fraternidade como a
possibilidade de representar o frade perfeito, com a soma dos dons dos irmãos?
- Pedimos a Deus para que cure nossas feridas, para
que nos mostre o caminho para solucionar os problemas e nossas angústias pessoais?
- Admitimos e reconhecemos que Jesus pode nos
ajudar, seja qual for a nossa necessidade, e pode nos perdoar, seja qual for o
nosso erro?
- Em tempos de muita necessidade de Deus, confiamos
em Seu poder para ajudar na cura das doenças, no reestabelecimento social, na
justiça e na paz?
- Agora, tempo em que temos dificuldades de nos
encontrar, de estar perto, estamos fazendo bem feito o que é relacionado às
nossas fraternidades, com os meios que temos?
Por fim, para finalizar essa reflexão, o Frei Sidney Damasio Machado,
OFMCap, relacionou a dança como a imagem da vida cristã em fraternidade
propondo 10 regras: nunca é tarde para aprender a dançar; quanto mais sairmos
de nós e prestarmos atenção no ritmo da criação, mais leve será a dança; não
impor o nosso ritmo, entrar no ritmo do Eterno Maestro; devemos aprender todos
os ritmos de dança, afinal o ritmo esta sempre mudando; alegrarmos e
aprendermos a dançar com aqueles que sabem mais; ensinar alguém com caridade é
fazer a dança ficar mais bonita; Elogiar sempre em público, mas fazer correções
fraternas em privado; na dança, não há adversários apenas companheiros da festa
da vida; otimismo é fundamental; e, por fim, de alguém pisou no nosso pé,
tenhamos paciência, ele está aprendendo a dançar, ou então devemos nos mover
pois estamos parado no meio do salão (Ver para crer, Capítulo 09).
Vamos nos imaginar parte de um grande número de
dança, a cada passo de dança um aprendizado, deixemos que cada nota musical se
transforme em um estímulo em nossas vidas e que o Pai escolha a música que nos
faça dançar.
Aprendamos a confiar no irmão, a conduzir e nos
deixar ser conduzidos. Permita-se ser guiado e confiar.
Entender e aceitar que quem conduz a nossa vida não
somos nós mesmos, entenda que para o show ser perfeito precisamos nos entregar.
Oração final pessoal
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