No Manifesto da Juventude Franciscana selamos um compromisso onde afirmamos acreditar no ideal Franciscano de vida e o propomos como forma atual de viver o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo (cf. Manif.4), este que direciona as nossas vidas para a Santidade.
Para muitos jovens, a Santidade parece uma utopia por estar muito longe de ser vivida devido aos inúmeros atrativos que o mundo oferece com facilidade e acaba se tornando um grande desafio, mas, se olharmos por outro aspecto, encontramos dentro do Evangelho o próprio Jesus que nos exorta a sermos Santos (I Pd 1-16), o que nos leva a refletir, que o nosso grande Mestre e Mediador de todas as coisas não faria tal chamado se não estivesse ao nosso alcance humano.
De fato, muitos Cristãos alcançaram sua santificação através das grandes obras que realizaram dentro do mundo material e espiritual: deixar tudo, servir aos pobres e mais necessitados da sociedade, lutar pela Igreja, pela Paz, enfim, são algumas das características que se destacam nas biografias dos grandes santos, mas vale destacar que nem todos assumiram seus chamados na minoridade, tampouco receberam dons extraordinários de ressuscitar mortos, converter hereges poderosos a fé, transformar pães em flores, ter visões do futuro, e muitos outros prodígios que a própria ciência desconhece, como foi o caso de Santa Rosa de Viterbo.
Em ano não muito certo talvez em meados de 1235, na cidade de Viterbo/Itália, nasceu Rosa, de família simples, não tinha conforto e não optou em momento algum de sua vida em te-lo, seus pais trabalhavam em um mosteiro das Clarissas, o que a levou desde muito cedo a se encantar pelo Carisma Franciscano. Em sua adolescência desejou ardentemente ingressar no mosteiro da II Ordem e foi negada por duas vezes, para muitos poderia ser motivo de desânimo ou até mesmo de desistência, mas, o seu amor pelo Carisma ultrapassava qualquer barreira, motivo pelo qual a fez ainda jovem professar na Ordem Franciscana Secular, onde viveu em fraternidade até o último dia de sua vida.
Ainda criança, Santa Rosa abraçou uma vida penitente de jejum e Oração; andava descalça e com vestes de tecido muito grosseiro; não quis casamento; não se preocupava em se vestir conforme os costumes da época; dividia seu pouco pão com quem não tinha nada; pregava o Evangelho com segurança e autoridade; não admitia injustiças e destruições, anunciava e denunciava com liderança, o que a tornou respeitada por muitos e perseguida por aqueles que detinham o poder na época. Rosa chegou a ser expulsa de sua cidade, ficou em exílio por quase um mês devido à insatisfação dos hereges e do próprio Imperador Frederico II, mas este foi um período de muita fé em sua vida, vários milagres operou e muitas visões lhe foram reveladas.
Santa Rosa de Viterbo morreu no dia 06 de março de 1252, acometida por uma grave doença, e sem muito sofrimento, com quase 18 anos de idade. Sua canonização até hoje não foi finalizada, mas a própria Igreja e seus devotos consideram-na uma grande Santa. Seu corpo encontra-se intacto no mosteiro Santa Rosa na Itália, que antes pertencia a Ordem das Clarissas onde sempre desejou viver.
Pelo seu Testemunho jovem de vida franciscana, foi considerada Padroeira da JUFRA e no ano de 2001, no XI CONJUFRA realizado em Paulista/PE, os jovens franciscanos resolveram definir o dia 06 de março como o “dia do jufrista”, para melhor celebrar a memória desta grande Santa e fazer unir toda a juventude disposta a viver esse Carisma Franciscano.
Neste ano em especial, a nossa Juventude Franciscana celebra 40 anos de Missão, oficializada no Brasil. Muitos foram os jovens que fizeram a experiência de vida cristã, à luz da mensagem de São Francisco de Assis de viver em fraternidade, e que plantaram esse ideal para que nós, nos dias atuais experimentássemos dos grandes frutos. Atitudes de solidariedade, respeito com a natureza, caminhadas pelas ruas promovendo a paz e o bem, lutas incansáveis em defesa da Igreja e em favor dos mais necessitados, encontros de formação e descontração, conquistas de grandes amizades que farão parte das nossas vidas por muito tempo, representam um pouco da nossa história de jovens franciscanos que somente quem abraça a causa pode vivenciar.
São 40 anos de muitas conquistas, entre altos e baixos podemos enfatizar que a história não pensa em ter fim, pelo contrário, novas sementes estão sendo plantadas e bons frutos estão sendo gerados. A cada dia muitos jovens estão se encantando com este Carisma.
Ser um jovem franciscano, sem dúvida nenhuma é a melhor experiência de vida que alguém pode ter, uma vez que além de manter viva a chama deste ideal, nos possibilita juntamente com Santa Rosa de Viterbo a enfeitar o jardim do nosso Criador. Que a JUFRA mude a sua vida, assim como fez com a minha.
Libiane Marinho
Sub. Regional de Formação Região NEA3-PB/RN
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