BEATOS
LUQUÉSIO E BUONADONNA
Em 1181, no mesmo ano do seráfico pai nascia
perto de Poggibonzi, aquele que seria, junto com sua esposa, o primeiro
franciscano secular, o bem-aventurado Luquésio. Foi militar, lutando pelos
guelfos, mas logo abandonou as armas e se tornou comerciante de grãos, na mesma
época que conheceu sua esposa, a bem-aventurada Buonadonna, Luquésio expandiu
seu comércio cobrando altos preços pelos grãos aos peregrinos que iam à Roma e
passavam pela via Franagena.
A conversão de Luquésio começou em 1212,
quando em San Gimignano, ouviu o sermão de São Francisco de Assis. Tal como
Francisco, voltou sua atenção para os pobres, os que ele mesmo tinha ajudado a empobrecer
com o comercio de grãos, dando aos mesmos dinheiro, comida e propriedades. Sua
esposa, Buonadonna, duvidava de sua sanidade, no começo de sua conversão, por
conta da doação de si e do que tinha (até da comida da própria casa) aos
pobres. Mas a conversão de Buonadonna se deu quando seu marido doou todos os
pães que tinham em casa. Buonadonna repreendeu Luquésio veementemente, porém
quando abriu novamente o armário, encontrou-se cheio de pães frescos.
Com a morte dos dois filhos, o casal decidiu
se entregar completamente a Deus e foram à procura do santo de Assis. Francisco
não concordou que Luquésio se tornasse frade e que Buonadonna fosse se juntar
às clarissas, como era o desejo dos bem-aventurados, o santo deu-lhes uma regra
para viver como irmãos da penitência mesmo casados e no mundo, dizendo-lhes:
“Viverão no mundo com irmãos penitentes, pregarão o amor e a paz, ou seja, o
evangelho com a vida”.
O que deve nos chamar atenção é que o modo com
que todos aqueles que tiveram contato com Cristo através de Francisco é sempre
pelo desapego de si e do que tem, como Luquésio e sua esposa, que tinham boas
condições financeiras em sua época, mas ao entrarem no processo de conversão,
deixam tudo e doaram aos pobres. É o desapego, o desprendimento de tudo aquilo
que pode ao menos atrapalhar a escuta de Deus, a resposta para a pergunta
típica de Francisco e dos Franciscanos: “Senhor o queres que eu faça?” A
resposta de Nosso Senhor é surpreendentemente a mesma: A busca da santidade
pela observância do Evangelho; Francisco nos exorta na regra: “Viver do
evangelho à vida e da vida ao evangelho”.
A vontade de Deus é que vivamos o santo
evangelho, e isso é o imperativo máximo para todos os franciscanos. Mas a
vontade de Deus é dia após dia confrontada com os desejos materiais e
temporais, e aí se dá o sentido do despojamento, da pobreza. “Bem-aventurados
os pobres de espirito, pois herdarão o reino dos céus” É importante lembrar que
a pobreza de espírito consiste em como agimos com os bens materiais que
possuímos, de um modo desapegado e consciente que a nada se deve dar mais valor
que a Cristo.
Os bem-aventurados viveram o restante de suas
vidas a serviço dos pobres e doentes, até que em 28 de abril de 1260, Luquésio
e Buonadonna foram visitados pela irmã morte corporal.
Além da pobreza, outro alicerce do franciscano
secular mostrado na vida dos Bem-Aventurados é o serviço. Estar sempre a
serviço do próximo, auxiliando-o no que necessário, vendo neles o rosto do
Cristo sofredor; isso é indispensável na vida do franciscano secular, pois o
serviço nos torna humildes, atentos, dispostos ao irmão que precisa de nós.
Aquele que sofre é sacramento de Cristo, é espelho do “Servo Sofredor”, onde
aquilo que nos é amargo se torna doce, como ocorreu com o santo de Assis. Estar
humildemente a serviço do irmão é encontrar nossa verdadeira essência, pois a
humildade, como define uma santa Doutora da Igreja, é andar na verdade, por
isso tal virtude agrada tanto a Nosso Senhor.
Que a exemplo dos primeiros franciscanos
seculares, estejamos sempre atentos à voz de Deus e ao chamado de Cristo, que
nos convida todos os dias a viver o Evangelho, pregando-o assim, com a vida.
Proposta
de encontro
Promover um encontro de cunho formativo nas
fraternidades sobre a vida, a conversão e os milagres dos ‘Beati’, com o foco
no desapego do mundo mesmo sendo secular e no serviço ao irmão, como alicerce
da Espiritualidade franciscana.
Paz
e Bem!
Ícaro Francisco dos Santos
Nascimento
Secretário Local de Formação
Fraternidade Mundo Novo – Cabo –
PE
Regional NE B1- PE/AL
Maria Betânia Neves dos Santos
Nascimento, OFS
Coordenadora Local de Formação
Coordenadora Regional de Formação
Fraternidade São Francisco de
Assis – Cabo – PE
Regional NE B2 – PE/AL
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