CHAMADOS PARA RESTAURAR A CASA COMUM
CHAMADOS
PARA RESTAURAR A CASA COMUM
AMBIENTAÇÃO
Providenciar que o
encontro seja realizado ao ar livre, embaixo de uma árvore, às margens de um
rio ou em um campo gramado (de acordo com
a realidade da fraternidade). Preparar o ambiente com o desenho ou figura
do mapa do Brasil, ao centro, o Crucifixo de São Damião acima do mapa, e ao
redor colocar símbolos ou gravuras que recordem a Criação, a missão e fotos de
missionários/as que deram a vida pela vida. Ex: Ir. Dorothy Stang, Chico Mendes
e Raimundo Santos (ambientalista que
cuidava da Reserva do Gurupi em Bom Jardim). Proporcionando a reflexão
sobre a necessidade de cuidar da Casa Comum.
ACOLHIDA
Neste mês de outubro
somos convidados a sair do nosso “conforto” para sermos discípulos
missionários, levando a mensagem da ternura de Deus em todos os cantos da
Terra. Em sintonia com as reflexões da Campanha da Fraternidade Ecumênica deste
ano, queremos com este encontro refletir sobre a preocupação com a ecologia e a
exploração da Terra, pois enquanto cristãos jufristas, temos a missão de
colaborar com um mundo melhor e sermos jardineiros de um jardim que reflete a
harmonia desejada por Deus.
ORAÇÃO INICIAL
Iniciar
rezando e cantando o Pai-Nosso dos Mártires, disponível em:
Em
seguida ler todos juntos a Oração:
Senhor Deus, infunde a Tua
misericórdia sobre cada um de nós, e dá-nos o dom de cuidar uns dos outros.
Ensina-nos a ser uma igreja missionária, Jesus, para assim cuidarmos da Casa
Comum com responsabilidade. Pedimos também a intercessão da Virgem Santíssima
para sermos discípulos missionários na construção de um mundo mais justo. Amém.
DINAMIZANDO O TEMA
Sugerimos a realização da dinâmica abaixo, mas a
fraternidade é livre para aplicar outra dinâmica que julgar conveniente com o
tema proposto.
Incomodando-se
com os problemas de nossa Casa Comum
Objetivo: Promover
uma reflexão através dos problemas sociais e ambientais que mais despertam a
atenção dos jovens.
Desenvolvimento: Dividir
os participantes em grupos, de acordo com a quantidade de participantes. Cada grupo
ficará responsável por desenhar uma parte do boneco: cabeça, tronco, braços,
mãos, pernas e pés, e terá duas ou mais perguntas para responder.
Para que os grupos tenham uma visão geral da dinâmica,
é importante que se leia todas as perguntas antes de iniciar o trabalho.
a) Cabeça: Qual a realidade ambiental
que vemos? O que escutamos da sociedade sobre a preservação da nossa Casa Comum?
b) Tronco: O que sentimos sobre a
degradação ambiental? O que sentimos sobre o papel do estudante na preservação
da nossa Casa Comum?
c) Braços: Até onde
podemos alcançar com nossa ação? Com quem (pessoas, entidades etc.) podemos
andar de braços dados na preservação da nossa Casa Comum?
d) Mãos: Quais os
compromissos que podemos firmar, enquanto jufristas, na preservação da
biodiversidade? Quais as ferramentas que temos disponíveis na fraternidade para
divulgar nossas ideias?
e) Pernas: Que caminhos queremos tomar
no desenvolvimento de ações de preservação da nossa Casa Comum? Qual o suporte
(pessoas, materiais, finanças etc.) que temos para desenvolver uma ação?
f) Pés: Que ações
podemos realizar envolvendo nossa fraternidade na preservação da Casa Comum? Que
resultado desejamos com nossa ação?
LEITURA BÍBLICA
Romanos 8:19-22
Após a leitura bíblica
propor ao grupo o debate diante da seguinte pergunta reflexiva:
- Qual a relação entre a
fé cristã e o cuidado com a vida das pessoas e do meio ambiente, a exemplo do
que fez Irmã Dorothy, no Pará?
Após o debate dos irmãos,
concluir com a mensagem abaixo e o canto um novo dia:
Viver religiosamente é
voltar-se para as necessidades do próximo, principalmente daqueles e daquelas
que mais necessitam de ajuda. Nisso, Irmã Dorothy Stang é um exemplo. Quem
praticar gestos de misericórdia se tornará “luz que brilha nas trevas” (Is
58,9-10). Viverá a verdadeira religião.
Canto: Irá chegar um novo
dia
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=S_r_C6xUeT8
ORAÇÃO FINAL
Onipotente Senhor, que
criaste o mundo e o confiaste aos seres humanos, louvado sejas. Ilumina-nos com
Teu Espírito para que, como Igreja missionária de Jesus, cuidemos da Casa Comum
com responsabilidade e pedimos que a Virgem Maria, Mãe Protetora, que nos
inspire nessa missão de proteção a cada vida, e implantação de um reino de
justiça, paz, amor e fraternidade para todos. Amém.
SOBRE A IRMÃ DOROTHY
“Tenho de gritar, tenho de
arriscar, ai de mim se não o faço. Como escapar de ti? Como calar, se tua voz
arde em meu peito?”
A
Irmã Dorothy Stang nasceu nos Estados Unidos em 1931. Era naturalizada
brasileira. Pertencia à congregação das Irmãs de Nossa Senhora de Namur. Após
trabalhar vários anos em seu país como professora, veio para o Brasil em 1966.
Residia em Anapu, no Pará, a 500 Km de Belém. Anapu é uma pequena cidade
cortada ao meio pela rodovia Transamazônica. O seu trabalho pastoral era a
catequese e a formação de Comunidades cristãs. O zelo da Irmã Dorothy a levava
a atuar em várias cidades e vilarejos rurais da região do Xingu, formando
filhos e filhas de Deus.
Ela buscava também a geração de emprego e renda, com projetos de reflorestamento em áreas degradadas. Seu trabalho focava-se também na minimização dos conflitos fundiários existentes na região.
Ela buscava também a geração de emprego e renda, com projetos de reflorestamento em áreas degradadas. Seu trabalho focava-se também na minimização dos conflitos fundiários existentes na região.
Atuou
em várias pastorais sociais do Pará, principalmente na Comissão Pastoral da
Terra. Devido ao seu trabalho junto aos agricultores, ganhou vários prêmios a
nível nacional e internacional. Participava ativamente na luta dos
trabalhadores do campo contra a grilagem e a devastação da floresta. Ajudou a
fundar a primeira escola de formação de professores na rodovia Transamazônica.
Irmã
Dorothy recebeu diversas ameaças de morte, sem deixar intimidar-se. Pouco antes
de ser assassinada, declarou: “Não vou fugir nem abandonar a luta desses
agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado
direito a uma vida melhor, numa terra onde possam viver e produzir com
dignidade, sem devastar”.
A
Irmã Dorothy Stang foi assassinada com seis tiros, dia 12/02/2005, em uma
estrada de terra de difícil acesso, a 53 km da sede do município de Anapu.
Tinha 73 anos de idade. Segundo uma testemunha, antes de receber os disparos,
ao ser indagada pelo próprio assassino se estava armada, ela respondeu que sim
e mostrou-lhe sua arma: a Bíblia. O fazendeiro Vitalmiro Moura, acusado de ser
o mandante do crime, foi condenado a 30 anos de prisão.
SOBRE CHICO MENDES
‘‘ No começo, pensei que
estivesse lutando para salvar seringueiras. Depois, pensei que estava lutando
para salvar a Floresta Amazônica. Agora, percebo que estou lutando pela
humanidade. Chico Mendes ’’
Chico
Mendes nasceu em Xapuri, no Acre, em 1944. Herdou do pai, Francisco Mendes, a
profissão de seringueiro e começou a trabalhar com a família aos 9 anos. Sem
escolas na região, aprendeu a ler em jornais, com 19 anos. Percebendo a
condição de vida dos trabalhadores que dependiam da Floresta Amazônica e o
avanço do desmatamento, tornou-se líder de resistência pacífica em defesa dos
seringueiros e demais extrativistas. Sua luta como sindicalista começou em
1975, quando assumiu a secretaria geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais
de Basileia, no Acre.
Criou, pouco tempo depois, o Conselho Nacional dos Seringueiros, organização não governamental de defesa às condições de vida e trabalho das comunidades que dependiam diretamente da floresta.
Criou, pouco tempo depois, o Conselho Nacional dos Seringueiros, organização não governamental de defesa às condições de vida e trabalho das comunidades que dependiam diretamente da floresta.
Em
1985, quando liderou o Encontro Nacional dos Seringueiros, propôs a “União dos
Povos da Floresta”, projeto que pretendia unir os interesses dos índios e
seringueiros, a partir da criação de reservas extrativistas e da garantia de
reforma agrária. Com discurso contrário à posse de terras por grandes
proprietários e ao desmatamento, Mendes ganhou uma lista de inimigos e foi acusado
de “prejudicar o progresso do Estado do Acre” por alguns políticos e
fazendeiros. Mesmo assim, passou a mobilizar os seringueiros por uma luta não
violenta. A organização de barricadas humanas para impedir a derrubada de
árvores, conhecidas como “empates”, ganharam visibilidade dentro e fora do
país.
No
final dos anos 80, as ameaças de morte por donos de madeireiras, de seringais e
de fazendas de gado tornaram-se comuns. A desapropriação do Seringal Cachoeira,
de Darly Alves, custou-lhe, no entanto, a vida. Em 1988, Chico Mendes foi
assassinado no quintal de sua casa, em Xapuri, com um tiro no peito. Dois anos
depois de sua morte, Darly e seu filho, Darci Alves, foram julgados pelo crime
e condenados a 19 anos de prisão – que cumpriram até 2010. Em dezembro de 2013,
25 anos após seu assassinato, Chico Mendes foi declarado Patrono Nacional do
Meio Ambiente.
Por Daiane Késia
Formadora Regional NE A1 (MA)
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