“Vocação não é algo que vem até mim, é uma relação entre mim e alguém que entra em minha vida. Esse alguém é o próprio Deus” (Frei Rodrigo– OFM)

Quando deixamos Deus fazer parte de nossa vida, percebemos aquilo que temos de melhor, que transborda de nossa alma a ponto de sentirmos a necessidade de partilhar e ao mesmo tempo alargar ainda mais essa suprema condição que nos deixa tão bem-aventurados. Quando vivemos esta relação de infinita alegria com Deus e partilhamos esta experiência com tudo e todos a nossa volta, nos tornamos instrumentos de Deus para tocar outras pessoas levando-as a ouvir o chamado do Pai.

O chamado vocacional vem de Deus, mas a vocação já nos foi dada por ele e só quando respondemos a seu chamado e nos comprometemos com essa resposta é que nos realizamos e descobrimos os propósitos que Deus tem para nós. É claro que a vida tem muitos desafios, mas se a existência humana não tivesse seus problemas, Deus não teria chamado seus profetas, Cristo não teria chamado seus apóstolos e nós não nos sentiríamos chamados pelo exemplo de Francisco e Clara a viver e testemunhar o evangelho.

Vocação não é um convite que podemos acolher ou não, mas está intrínseco a nós e um dia, quando menos esperamos, podemos ouvir: “Vem e Segue-me”. É o próprio Deus que nos cria vocacionados, e cabe nós corresponder a esta vocação. O chamado de Deus é um só para todos, mas cada um tem sua maneira de segui-lo é isso que diferencia uma e outra vocação.

É esta diferença que nos leva a lançarmos o convite a outros jovens para ingressarem na Juventude Franciscana, e quando fazemos isso, não convidamos a nos seguir, mas a seguir Jesus Cristo à maneira de Francisco e para isso precisamos viver como o nosso Pai Seráfico. Os franciscanos seculares ao ouvir o chamado para a vocação, não sai do mundo, mas permanece no mundo e o transforma.

Fazemos parte de uma totalidade e não estamos à parte do mundo. E essa nossa maneira franciscana de viver, nos permite notar que tudo é mutável e que cada gesto nosso implica em grandes ou pequenas mudanças, mas sempre há uma mudança. Assim como a chuva derrama água do céu de gota em gota e causa inundações, nosso compromisso de viver o evangelho instiga o desejo de outro a fazer o mesmo e outro e outro e outro... Até que o mundo não se torne um pouco mais franciscano, mas um pouco mais cristão....
Por:
Gleice F. P. Silva
Subsecretária de Formação
Paraná – Sul I