Francisco de Assis viveu no tempo das Cruzadas. Uma guerra liderada pela Igreja Católica a fim de dominar a Palestina, ocupada pelo povo muçulmano, denominada pelos cristãos de Terra Santa. Era uma guerra de poder territorial cujas bandeiras levantadas levavam o nome das religiões católica e islâmica.
Convencido de uma inspiração Divina, o Papa Inocêncio III em 1213 convoca os cristãos: “Tome a sua cruz e siga-me.”. Os fiéis deram seus pertences e propriedades para conquistar e subjugar o inimigo . Fieis católicos faziam doações para financiar as Cruzadas a quais foram recompensados ​​com indulgências e absolvição.
É neste contexto que por três vezes Francisco tentou ir aos muçulmanos levar o Evangelho. Francisco iniciou sua missão percorrendo toda a Itália levando o Evangelho e aumentando o número de seus seguidores. Mas um difícil passo deveria ser dado em sua vida missionária: Pregar aos Sarracenos, os pagãos, os Muçulmanos.
Em 1212 Francisco segue para Palestina. Mas o barco foi desviado por uma tempestade para a costa da Dalmácia (cf. 1 C 55). Pouco tempo depois andou com o irmão Bernardo a Marrocos, através da França e da Espanha (cf. 1 C 56). Mas, na Espanha, ficou seriamente doente com malária e teve que voltar. Desta forma, também não conseguiu a segunda viagem missionária. Por fim, em 1219, Francisco embarca em um navio de reforço das Cruzadas e chega ao Egito.
Convictos da vitória absoluta, os cristãos não deixaram que Francisco fosse até o Sultão. Após milhares de mortes durante um dos combates o cardeal deixou que Francisco fosse à sua própria sorte falar com o Sultão. Por vários dias o Sultão e seu exército escutaram atentamente as palavras de Francisco. Quando o Sultão percebeu que alguns dos seus pudesse se converter com palavras tão sábias e de tanto efeito, ordenou que devolvessem Francisco em segurança dizendo a Francisco: “Ore por mim, para que Deus se digne revelar-me a lei e a fé que mais lhe agrada” (TsJ 32).
         Francisco não conseguiu conversões, tampouco acabar com a guerra, mas seu gesto de tolerância e sinceridade anunciando o evangelho demonstra a sua própria vivência do Evangelho que prega. Francisco não cumpriu a missão que almejava, mas nos deixa o ensinamento de como ser missionário.




A missão Franciscana que perpassa época e lugar é a de ser irmão de todas as criaturas e isso inclui os homens e mulheres de todas as religiões, raças e culturas. A característica missionária do franciscano é a promoção da paz de Jesus Cristo sem disputas e vanglórias. Viver em fraternidade é a missão de todos os dias que nos leva a viver e conviver com pessoas iguais e diferentes nos colocando a serviço e partilhando a nossa vida.
   Referência: Curso Básico Sobre El Carisma Misionero Franciscano. Lección 7. La Misión Franciscana Según Las Fuentes Primitivas.
                                                                                       Gleice F. P. Silva
                                                            Subsecretária Regional de Formação (Paraná)
                                                                Subsecretária Nacional  para a Área Sul