Um fato que nem todos sabem é que São Francisco de Assis foi o responsável por um dos mais famosos símbolos do Natal: o presépio. A idéia nasceu do seu desejo de tornar as grandes verdades do Espírito uma realidade para todos.
Francisco amava as pessoas, desde o Papa em seu palácio - e conheceu pessoalmente dois deles - até os mendigos nas ruas, os ladrões nas montanhas, e principalmente os rejeitados, como os leprosos. Francisco amava os animais também. Ele amava os passarinhos. Muitas pessoas conhecem a história de como ele pregava para eles ao pousarem ao seu lado, e se iam embora quando ele os despedia.
Quando jovem, ele também quis ter posses e bens materiais, principalmente roupas bonitas, tecidos caros como o veludo e o cetim da loja de seu abastado pai, Pietro Bernardone. Naquela época, as pessoas exibiam as suas riquezas no seu modo de vestir, e Bernardone gostava de ver o seu filho, o jovem mais bem vestido da cidade, levar todos os outros jovens a se divertirem com música, dança e festas, pois isso era vantajoso para os seus negócios nos quais esperava que um dia Francisco se unisse a ele.
Francisco queria que todas as pessoas sentissem e vissem o mistério do Natal mais de perto, queria que as verdades de Deus fossem compreensíveis e acessíveis a todos, por isso, numa noite de dezembro, numa cidadezinha pequena chamada Greccio, perto de Assis, ele teve a idéia de mostrar-lhes como deveria ter sido, na realidade, o nascimento de Jesus, com toda a pobreza e desconforto.
Procurando, ele encontrou o lugar certo para isto: uma grande pilha de pedras numa montanha fria próxima ao vilarejo. Na fenda ao lado da encosta encontrou uma caverna. Ali decidiu reconstruir o presépio. Pegou um boi e um burro, e colocou uma imagem do menino Jesus numa manjedoura entre eles. As noticias do que ele fazia se espalhou por toda a região. Seguindo em direção a caverna da montanha desolada, se via à noite, um fluxo constante de homens, mulheres e crianças carregando tochas e velas para iluminar o seu caminho. Depois todos se aglomeravam à entrada da caverna olhando para dentro.
Até parecia que era meio-dia, escreveu alguém que esteve lá, naquela meia-noite cheia de alegria para homens e animais, a multidão se aproximava; todos tão felizes por estarem presentes na reconstrução do eterno mistério. O próprio Francisco cantou a historia do Evangelho com uma voz forte, doce e clara, conta o observador. Depois pregou para as pessoas, da maneira mais terna, sobre o nascimento do Rei pobre na pequena cidade de Belém.
Então, quando virmos um presépio no Natal, podemos nos lembrar de São Francisco, o homenzinho pobre tal como ele se denominava, conseguiu tornar grandes verdades tão reais para os outros como eram para ele.