“Nasceu, para nós, um menino... Príncipe da Paz” (Eclesiastes – 9,5)

Faço um pedido a todos os irmãos para que compreendam como é árdua a tarefa de falar de PAZ numa visão franciscana nos dias de hoje. Quando falamos de paz, falamos como se ela fosse tão somente o contrário da guerra. A paz é o desejo mais fundamental na pessoa humana.

Talvez por saber disso, São Francisco, no século XIII, exortava seus irmãos e, por conseguinte a nós nos dia de hoje, a anunciar a PAZ e a testemunhá-la com humildade e mansidão em qualquer lugar, pois de outro modo não conseguiríamos transmitir às pessoas à verdadeira PAZ.

Nosso Pai Seráfico falava de uma paz que primeiramente faz parte de um plano interior, e pela sua grandeza, chega ao plano exterior; primeiramente cultivamos a paz em nós; e com nossas atitudes atingimos os irmãos.

Contudo, parece que não conseguimos até hoje fazer esta tarefa, passar do plano interior para o plano exterior.

Minha reflexão não é otimista, estou convencido de que a sociedade contemporânea não nutriu a Paz, pelo menos não no sentindo amplo.

Parece que a paz que queremos é uma paz individual, instaurada em nossos próprios desejos, sem nos importarmos com o resto do mundo (homem, natureza, criação).

Não há, na nossa sociedade, um lugar para um diálogo concreto sobre uma paz universal, uma paz altruísta, humana, franciscana e cristã.

A Paz que queremos, enquanto jovens franciscanos é a paz de um estado de alma, uma forma de ser, uma cultura de paz e não a paz que nasce do contrário da guerra. Mas, a paz que brota do respeito e do amor pelo outro, pelo irmão ou pelo próprio Jesus Cristo, que nasce todos os dias na face dos necessitados.

Este texto não tem a pretensão de dizer o que é ou o que não é a PAZ. O objetivo aqui é tão somente de reconfigurar o sentido da paz que queremos enquanto herdeiros da promoção da Paz e do Bem.

Irmãos, façamos então um exercício de consciência: Será que queremos o reino do Príncipe da Paz?

João Macedo, Sub. Regional de Formação, Região Centro