Podemos dizer também que a crise ambiental na qual o planeta se encontra e a qual vivenciamos local e globalmente todos os dias podem ser caracterizadas fundamentalmente como uma crise geracional, já que meio ambiente é um bem comum e a exploração indevida da natureza por parte da humanidade afeta diretamente as condições das gerações seguintes e atuais de viverem com dignidade. Isto torna a questão socioambiental inerente ao campo de atuação das juventudes. É também a razão pela qual a geração de jovens contemporâneos está sendo desafiada a estabelecer-se culturalmente numa sociedade em que os direitos individuais e coletivos, incluindo os elementos fundamentais a vida como a terra, a água, a comunicação, o conhecimento, a educação, a cultura, estão sujeitos a liberdades privadas de megacorporações. 

As juventudes compreendem este momento histórico, onde se faz necessário fomentar modelos de sociedades sustentáveis e participativas que se utilizem de outros meios de luta como instrumentos vitais de resistência, busca pela justiça social e ambiental e a soberania dos povos. Estamos em defesa de saídas, anti-racistas, anti-sexistas, anti-homofóbicas, com trabalho digno e educação pública, gratuita e de qualidade e a favor de um novo modelo desenvolvimento para as futuras gerações. 

Com o intuito de contribuir com a mobilização e qualificação do processo de participação política das juventudes na Cúpula dos Povos para a Justiça Social e Ambiental – Rio+20, que acontecerá durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD 2012), as juventudes do Comitê Facilitador da Sociedade Civil para a Rio+20, propõe a construção de um processo aberto que permita o envolvimento de organizações, redes e movimentos das juventudes de todo o mundo. Este processo deve incluir o planejamento de um território (Acampamento) partilhado e colaborativo das juventudes. E como parte de um processo originado no Fórum Social Temático (Porto Alegre, Brasil 2012), várias atividades do GT de Juventudes do Fórum convergiram para o processo "Olhares das Juventudes para Rio+20", com a ampliação significativa das entidades e movimentos de juventudes e o encaminhamento de propostas para a Cúpula dos Povos.

O Enlace das Juventudes reúne, portanto, organizações, redes e movimentos das juventudes de todo mundo que desejam construir de forma integrada a participação das Juventudes durante a Cúpula dos Povos. Esse enlace terá como maior desafio estruturar o território das juventudes dentro da Cúpula dos Povos, destacando para a organização do acampamento das juventudes


A JUFRA do Brasil começa a se inserir neste processo a partir da articulação com o SINFRAJUPE, que é uma das entidades que compõem o comitê articulador da Cúpula dos Povos. O SINFRAJUPE entende que a Juventude Franciscana, como uma das entidades que o compõe, é um movimento jovem que deve estar presente na articulação das juventudes dentro da Cúpula.
É de fundamental importância para nosso movimento a participação efetiva na organização das juventudes na Cúpula dos Povos. Dessa forma, precisamos mobilizar, tanto o Secretariado Fraterno Nacional da JUFRA do Brasil, quanto nossas Fraternidades Regionais e Locais, de forma que os jufristas se articulem para participar desse grande evento.
Como afirmamos na Carta de Guaratinguetá: 
“Queremos debater, articular e desenvolver trabalhos onde se faça ecoar nossa voz para denunciar todas as formas de opressão e injustiça, e participar das lutas para a construção de uma nova sociedade, a Civilização do Amor, baseada na prática da Justiça Social e da promoção da Paz.” 
“(...) assumimos como compromisso somar forças junto às manifestações contra o descaso dos poderes públicos, fortalecer os grupos de conscientização socioambiental e coleta de materiais recicláveis, participar da elaboração e controle social das políticas públicas, promover o engajamento nas diversas Pastorais Sociais e organizações populares.” 

Não resta dúvida que nossa participação ativa na Cúpula dos Povos e no Enlace das Juventudes faz parte do compromisso que todos os/as jufristas assumiram como uma das causas de nosso movimento.