Pequeno Texto para Reflexão:
Diante do quadro mundial em que vivemos, observamos que a globalização tem ajudado e muito no desenvolvimento econômico do país, entretanto, tem deteriorado a condição social de muitos, sendo que a maior parte dos bens do Brasil é controlada por uma minoria e boa parte da população encontra-se em condições miseráveis, em situações consideradas desumanas. E a nossa Igreja convive nesse contexto social atual.
Quando você passa pela rua, por exemplo, caminhando descontraído, e encontra algum morador de rua em determinada esquina, qual a sua reação no momento do encontro? A maioria das pessoas finge que ele não está ali e passa sem dar nenhuma atenção. Você faria o mesmo?
Dando uma lida nos fatos históricos que compõe a trajetória de São Francisco de Assís, um fato marcante é o momento de sua conversão, o momento em que ele abraça o leproso e o chama de irmão. É lindo quando imaginamos a cena, mas o fato de Francisco abraçar o leproso é muito mais que um simples ato de afeto, é a confirmação de uma nova vida dedicada ao serviço ao próximo. Aí nos perguntamos: quem é o nosso próximo? Será que estamos preparados para, assim como Francisco, abraçar o leproso de nossa sociedade?
Talvez o fato de estarmos dispostos a dar o verdadeiro abraço nos que mais necessitam está na compreensão e na vivência da verdadeira alegria que está contida neste pequeno ato solidário. Uma passagem interessante das Fontes Franciscanas nos mostra o relato de São Francisco a Frei Leão sobre a perfeita alegria:
“Volto de Perusa e, na calada da noite, venho para cá. É estação barrenta e fria de inverno, de modo que as gotículas de água fria congelam nas extremidades da túnica e continuamente ferem as pernas, fazendo-as sangrar. E todo coberto de lama, frio e gelo, chego á porta e depois de ter batido e chamado por muito tempo, vem o irmão e pergunta: quem é? Eu respondo: é Francisco. E o mesmo diz: vai embora, não é hora descente de chegar! [...]. E de novo me coloco diante da porta e digo: Por amor de Deus, acolhe-me por esta noite. E ele responde: Não o farei! [...]. Digo-te, se tiver paciência e não ficar abalado, nisto está à verdadeira alegria e a verdadeira virtude e a salvação da alma.”
Precisamos estar atentos e, acima de tudo, preparados para abraçar os leprosos de nossa sociedade, pois, assim como Francisco, é abraçando o sofrimento do irmão que encontramos e vivenciamos a perfeita alegria.



Segue abaixo um modelo de pequena espiritualidade de preparação para algum trabalho social que a fraternidade poderá realizar. Não podemos esquecer que nossas ações humanitárias são de extrema importância para o nosso exercício pastoral.

Jesus está no mais pobre e necessitado
Objetivo: Compreender que quando fazemos algo aos mais pobres e necessitados, fazemos ao próprio Jesus.
Ambientação: Montar um cartaz com as seguintes expressões abaixo.

A direita do cartaz escrever:
- ajudar
- servir
- visitar os doentes
- dar comida aos que têm fome
- dar de beber aos que têm sede
- vestir os que não têm roupas
- hospedar um peregrino
- visitar um prisioneiro

No centro do cartaz desenhar uma igreja ou o logotipo da Jufra ou da fraternidade (se tiver).
A esquerda do cartaz escrever:
- não servir
- não visitar os doentes
- não visitar um prisioneiro
- não dar comida aos que têm fome
- não dar de beber a quem têm sede
- não vestir os que não têm roupas
- não hospedar um peregrino
- não ajudar

Saudação inicial
Queridos irmãos e irmãs, Paz e Bem! Jesus nos reúne hoje novamente, nos convida a escutá-lo, a compartilhar a nossa vida e descobrir novos caminhos para que o mundo seja melhor.
Atividade
Dividir o grupo em dois. Pedir para que eles observem o cartaz por um determinado momento pensando numa maneira de criar uma pequena apresentação a partir das expressões que estão no cartaz. Cada grupo utiliza um tempo definido pelo coordenador do encontro para preparar a apresentação.
A mensagem será dada depois, através do Evangelho, por isso não importa se os jufristas não alcancem ou percebam o objetivo proposto.

Mensagem do Evangelho
Agora escutemos os ensinamentos de Jesus e observemos se é igual ao que estamos praticando em nossa vivência como jufristas e o que apresentamos no nosso teatrinho.
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Iluminação Bíblica: Mt 25, 31-46
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 31“Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. 
32Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. 33E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. 
34Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! 35Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; 36eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar’. 
37Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede e te demos de beber? 38Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? 39Quando foi que te vimos doente ou preso e fomos te visitar?’
40Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’41Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. 42Pois eu estava com fome e não me destes de comer; eu estava com sede e não me destes de beber; 43eu era estrangeiro e não me recebestes em casa; eu estava nu e não me vestistes; eu estava doente e na prisão e não me fostes visitar’. 
44E responderão também eles: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, ou nu, doente ou preso, e não te servimos?’45Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo: todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes!’ 46Portanto, estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida “Eterna”. 

Iluminação:
Jesus disse que em sua segunda vinda será como um juiz e sua maneira de julgar será a partir do amor. Se estivermos desprendidos de nosso egoísmo dando de comer, de beber, vestindo os pobres, se tivermos visitado os doentes e encarcerados, ajudado os necessitados, respeitado a vida dos indefesos, seremos benditos e gozaremos do Reino preparado desde a criação do mundo. 
Caso contrário, aqueles que são egoístas e que não têm partilhado com os pobres, mendigos, necessitados e mais insignificantes, aqueles que têm maltratado, feito o mal à vida dos outros, não terão a mesma recompensa. 
Agora podemos analisar e relacionar as encenações realizadas em cada grupo ao Evangelho. (Dialogar entre todos)

Celebração:
Após o diálogo, todos devem sentar no chão formando um círculo (não havendo essa possibilidade, fazer uma roda de pé).
Cada um deve pensar se Jesus está contente com ele, ou talvez, não tão contente. 

De coração prometemos a Jesus mudar nossas atitudes egoístas.
Todos rezam juntos:
“Me dizestes Senhor que em meu caminho irei encontrar os famintos por pão, sedentos que irão a mim, enfermos, tristes e solitários. Me dizestes que sofres nos pobres, naqueles que estão nus e não têm liberdade, no idoso que espera por amor e nos pequeninos que morrem de fome. Aqui estou, Senhor, e quero te amar, amando-o no pobre en aqueles que sofrem. Tu és o meu pão e a água viva, quem vai a Ti, o amor encontrarás.”

Compromisso:
Após a espiritualidade, a fraternidade pode marcar algum trabalho social (visita em abrigos, asilos, hospitais, presídios, trabalhos com moradores de ruas, entre outros) como forma de “praticar” os ensinamentos propostos nas formações locais.

Antônio Júnior

Subsecretário Regional de Formação Norte 2