CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2014
Oração
Ó Deus,
sempre ouvis o clamor do vosso povo
e vos
compadeceis dos oprimidos e escravizados.
Fazei
que experimentem a libertação da cruz
e a
ressurreição de Jesus.
Nós vos
pedimos pelos que sofrem
o
flagelo do tráfico humano.
Convertei-nos pela força do vosso Espírito,
e
tornai-nos sensíveis às dores destes nossos irmãos.
Comprometidos
na superação deste mal,
vivamos
como vossos filhos e filhas,
na
liberdade e na paz.
Por
Cristo nosso Senhor.
AMÉM!
A Campanha da Fraternidade deste ano tem como tema:
Fraternidade e Tráfico Humano e lema: “É para a liberdade que Cristo nos
libertou” – Gl 5,1.
O objetivo geral da Campanha é identificar as práticas de tráfico humano, tráfico de órgãos, de
crianças entre outros e denunciá-las como violação da dignidade e da liberdade
humana, mobilizando cristãos e pessoas de boa vontade para diminuir este mal,
tornar este tipo de informação mais acessível e sensibilizar as pessoas.
O
Papa Francisco abordou a temática em sua fala: “O tráfico de pessoas é uma
atividade ignóbil, uma vergonha para as nossas sociedades que se dizem
civilizadas”.
A forma de tráfico humano mais
conhecida e cunhada na história certamente é a dos negros trazidos em navios
pelo mar para o trabalho escravo. Conceitua-se
trabalho escravo no Brasil segundo o artigo 149 do Código Penal: “reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer
submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o às
condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua
locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto”.
Nesse sentido, é importante um olhar mais atento às
condições veladas de tráfico e trabalho escravo na atualidade. O mar era lugar
de depósito de muitos dos escravos que morriam antes mesmo de chegar em terra
firme e hoje junto aos escravos negros e brancos que a sociedade esconde
soma-se todos os oprimidos que diariamente são jogados ao mar da margem da
sociedade, o mar em que o ser humano é depositado como sobra do mundo
capitalista, ou “retirado” de lá como objeto lucrativo.
O índice de escravidão no Brasil é de 62.656 casos
entre 2003 e 2012, atividade esta que em muitos casos se caracteriza também
como tráfico humano. No entanto, há outras formas atuais de
tráfico de pessoas que muitas vezes passam despercebidas, a saber: operários da
construção civil que saem do nordeste rumo ao sul e sudeste para trabalhar em
condições de risco em prédios das metrópoles, barrageiros que deixam esposa e
filhos para garantir a subsistência da família colocando sua própria vida à
prova, bolivianos que chegam no Brasil e são escravizados pelas indústrias
têxteis, haitianos que buscam trabalho em nosso país juntando-se à grande massa
brasileira de pessoas que lutam dia por dia para sobreviver, homens e mulheres
traficadas do Brasil para o mundo para a exploração sexual, crianças vendidas
para o exterior...
E dentre muitas outras formas de tráfico lembremos
também do êxodo rural em que cada vez mais pessoas, que devido ao agronegócio,
a expansão dos latifúndios e a falta de políticas públicas a favor da vida, são
obrigadas a sair de suas atividades de subsistência para se aventurarem nas
cidades inchadas não só de pessoas, mas de desemprego, de violência, de droga,
de fome e de miséria.
Diante dessa temática tão necessária que a Igreja
aborda nessa campanha, recordemos que é nessas vítimas da maldade humana que a
suprema bondade de Deus se manifesta. Procuremos ver o rosto de Deus na face
dessas pessoas e sejamos não só na quaresma, mas a todo momento, como Simão
Cirineu ajudando nossos irmãos a carregarem a Cruz nos aproximando das mães que
procuram incansavelmente seus filhos.
Sejamos também como Verônica que demonstra a
capacidade humana de amar dando apoio a quem sofre a nossa volta e sejamos como
Maria que esteve ao lado de Jesus até o fim tomando para nós mesmos a dor de
quem padece pelas iniquidades. E assim sejamos defensores da justiça,
denunciadores da opressão, combatentes do mal e promotores da paz e do amor.
1-O cartaz da Campanha da Fraternidade quer
refletir a crueldade do tráfico humano. As mãos acorrentadas e estendidas
simbolizam a situação de dominação e exploração dos irmãos e irmãs
traficados e o seu sentimento de impotência perante os traficantes. A mão que sustenta
as correntes representa a força coercitiva do tráfico, que explora vítimas que
estão distantes de sua terra, de sua família e de sua gente.
2-Essa situação rompe com o projeto de vida na
liberdade e na paz e viola a dignidade e os direitos do ser humano, criado à
imagem e semelhança de Deus. A sombra na parte superior do cartaz expressa as
violações do tráfico humano, que ferem a fraternidade e a solidariedade, que
empobrecem e desumanizam a sociedade.
3-As correntes rompidas e envoltas em luz revigoram
a vida sofrida das pessoas dominadas por esse crime e apontam para a esperança
de libertação do tráfico humano. Essa esperança se nutre da entrega total de
Jesus Cristo na cruz para vencer as situações de morte e conceder a liberdade a
todos. “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1), especialmente os
que sofrem com injustiças, como as presentes nas modalidades do tráfico humano,
representadas pelas mãos na parte inferior.
4-A maioria das pessoas traficadas é pobre ou está
em situação de grande vulnerabilidade. As redes criminosas do tráfico valem-se
dessa condição, que facilita o aliciamento com enganosas promessas de vida mais
digna. Uma vez nas mãos dos traficantes, mulheres, homens e crianças,
adolescentes e jovens são explorados em atividades contra a própria vontade e
por meios violentos. (Fonte: CF 2014).
Reflexão:
1- Quais
tipos de tráfico humano você conhece e quais deles estão presentes em sua
realidade local?
2- O que
podemos fazer para ajudar a combater esse mal?
Dinamizando:
A cada 4
pessoas distribuir uma cartolina para que reproduzam com o contorno de suas
mãos e de o desenho das correntes o cartaz da CF 2014.
Hino da CF
2014
É para a liberdade que Cristo nos libertou, Jesus libertador!
É para a liberdade que Cristo nos libertou! (Gl
5,1)
1. Deus não quer ver seus filhos sendo
escravizados,
À semelhança e à sua imagem, os criou. (Cf. Gn
1,27)
Na cruz de Cristo, foram todos resgatados
Pra liberdade é que Jesus nos libertou! (Gl 5,1)
2. Há tanta gente que, ao buscar nova alvorada,
Sai pela estrada a procurar libertação;
Mas como é triste ver, ao fim da caminhada,
Que foi levada a trabalhar na escravidão!
3. E quantos chegam a perder a dignidade,
Sua cidade, a família, o seu valor.
Falta justiça, falta mais fraternidade
Pra libertá-los para a vida e para o amor!
4. Que abracemos a certeza da esperança, (Cf. Hb
6,11)
Que já nos lança, nessa marcha em comunhão.
Pra novo céu e nova terra da aliança, (Cf. Ap 21,1)
De liberdade e vida plena para o irmão… (Cf. Jo
10,10)
Bruna
Karla Zapotoczny – Subsecretária Local de Formação (Irati – PR)
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