Juventude e Liturgia
Na atualização dessa semana, a Jufra do Brasil retoma a Carta Final do Seminário "A liturgia na vida da juventude", realizado em Goiânia, em junho de 2010. O objetivo é animar nossa juventude a cultivar uma mística celebrativa e inculturada na vida das comunidades, formando jovens para o serviço litúrgico na Igreja que, no “estilo litúrgico, como o de Jesus, deve ser simples e austero. Nas celebrações, devemos tornar-nos, segundo os Padres do Concílio, mestres da arte da “nobre simplicidade” (SC,nº 34)”.
... Olhando para as nossas comunidades
eclesiais, constamos que a maioria das equipes de liturgia, de música e canto são
compostas por jovens. São presença marcante na assembleia e no exercício dos ministérios
atuando como animadores das celebrações dominicais da Palavra, leitores,
salmistas, cantores, instrumentistas e recepcionistas. Ninguém pode negar, os
jovens são um imenso potencial nas Dioceses e paróquias.
Os Jovens, no seu idealismo e
entusiasmo, emprestam às celebrações da Igreja, por vezes rígidas e sérias, uma
nova atitude frente ao mistério celebrado. Na jovialidade expressa nas músicas
e cantos, nos gestos e movimentos do corpo, manifesta-se o júbilo dos filhos e
filhas na presença do Pai. Essa
experiência vivenciada, de maneira lúdica e criativa, confirma que a juventude
tem uma grande acolhida ao mistério Pascal celebrado pela Igreja com seus ritos
e símbolos. Há quem pense a presença da juventude enquanto habilidade em
realizar ações litúrgicas. Todavia, mais importante que isto, é preciso estar
atentos ao espírito novo que os jovens impregnam a liturgia com sua
participação consciente e ativa. Para eles, “mais do que saber fazer, é
fundamental saber participar na liturgia”.
“O Liturgia em Mutirão” publica parte
da Carta Final do Seminário: “A liturgia na vida da juventude”, realizado em
Goiânia em junho de 2010[i]:
“É um Dom de Deus estar junto aos/às
jovens, criando e produzindo uma liturgia juvenil. Por isso, com Dom
Washington, afirmamos que “A liturgia não é a soma das emoções de um grupo nem,
muito menos, o receptáculo de sentimentos pessoais”. Essa experiência
vivenciada, nesses anos, de maneira lúdica e com criatividade, confirma que a
juventude tem uma grande acolhida ao mistério Pascal celebrado pela Igreja com
seus ritos e símbolos sempre na dimensão comunitária.
Voltando às origens pelas Celebrações
e Memória, passando pelo movimento litúrgico pré-conciliar, do Vaticano II, da
implementação da reforma litúrgica e da participação da juventude neste
processo, das experiências de formação litúrgica para jovens vivenciadas em
vários lugares do Brasil, pela reflexão do artigo “A liturgia deve aprender dos
jovens”, de José Aldazábal, o seminário destacou alguns pontos que são
importantes para pensar A Liturgia na Vida da Juventude:
1. Contribuir
para um jeito de ser igreja com rosto jovem, alicerçada na Celebração da
Eucaristia, na Leitura Orante da Bíblia e que impulsione à vivência
comunitária, na experiência do cuidado com a vida humana e do Planeta.
2. Cuidar
da dimensão celebrativa dos encontros semanais dos grupos de jovens; reuniões,
assembleias, encontros e valorizando o Oficio Divino da Juventude, como caminho
de amadurecimento na espiritualidade.
3. Celebrar
a Liturgia como espaço de comunhão, onde crianças, jovens, adultos e idosos
rezam, partilham e dançam juntos. Superar as práticas ‘individualistas’ que
levam em conta ‘públicos’.
4. Garantir
à Juventude a memória da Palavra, da Tradição e do Magistério, na sua maneira
profética, anunciadora, e fiel ao seguimento de Jesus Cristo.
5. Assumir
de maneira mais atualizada a Celebração Litúrgica, levando a maneiras de viver
concretamente no cotidiano, o compromisso com a Vida da Juventude, com sinal
dos valores do Reino.
6. Adequar
melhor os espaços litúrgicos para as celebrações, para que estes contribuam na
participação ativa e viva, e especialmente com os/as Jovens.
7. Valorizar
a realidade do jovem como lugar e morada de Deus, valorizando a vida da
Juventude celebrando suas lutas, suas dores, modos de solidariedade e que
impulsionem para construção de um outro mundo possível.
8. Aprofundar
a capacidade de oração e contemplação dos jovens, na dimensão pessoal e
comunitária.
9. Possibilitar
à juventude com uma metodologia adequada, formação de qualidade sobre liturgia,
respeitando a diversidade juvenil e levando em conta as compreensões das
maneiras de celebrar, conteúdos programáticos, linguagem apropriada,
sensibilidade ritual, criatividade e deixar que a juventude tenha propriedade
do Rito.
Considerando o caminho percorrido, e
os pontos destacados, os participantes concluíram que o Seminário foi um
primeiro momento de iluminar-nos, dos aspectos que a formação litúrgica com a
Juventude, coloca-nos como exigência e necessidade de aprofundar, porque como
bem diz Rubem Alves, “Liturgia combina com arte, beleza e mistério. Uma parte
nós fazemos e a outra nos é dada”. Na dimensão dos Dons, das brisas e da chama
de vida que impulsiona nossa missão, nossa paixão, e nossa esperança, que nos
conduz na direção do mistério da Juventude, no mistério da Vida de Jesus,
despedimo-nos, convocando a todos/as para que restituamos esse Dom do mandato
do Senhor, de que “fazei isso em memória de mim”, e restituamos as causas da
Boa Nova na Celebração do Grande Memorial do Mistério da nossa fé “anunciamos
Senhor a vossa morte e proclamamos a Vossa Ressurreição, Vinde Senhor Jesus”.
Para conversar:
- Que presença e atuação têm os jovens em nossa comunidade? E nossa fraternidade de Jufra?
- Em que e como eles participam nas celebrações?
- Comente a Carta do Seminário: A Liturgia na Vida da
Juventude.
[i] .
Carta assinada pelos participantes do Seminário, realizado em Goiânia no dia 11
de junho de 2010. Participantes da IPJ Leste II e Anchietanum, a Escola de
liturgia de Birigui e Rede Celebra a CAJU realizou o Seminário “A Liturgia na Vida
da Juventude” .
www.cnbb.org.br/home-1/.../doc.../1848-ficha-38-juventude-e-liturgia em 13/06/2014
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