Bíblia e Juventude
A Igreja no Brasil dedica o mês de setembro a Bíblia, devido ser o mês da festa
de São Jerônimo (santo que traduziu a bíblia para o Latim) no dia 30 do
referido mês. Mas, neste texto, não quero me apegar a fatos históricos e científicos,
mas das maravilhas que a Sagrada Escritura é para nossas vidas.
Relato
que por volta de 2007, 2008 ou 2009 tinha perdido o interesse por ler a Sagrada
Escritura. Não a utilizava mais, só deixava minha Bíblia de lado. Foi o tempo que
estava nos primeiros períodos da faculdade estudando vários assuntos, dentre
estes a questão da desigualdade. Em um daqueles anos, no qual não me lembro,
fui participar do Tríduo Pascal na Paróquia São Francisco e Santa Clara e,
durante a vigília pascal, começaram a ler as passagens características daquele
tempo litúrgico. Nessa noite, levei minha Bíblia e comecei a folheá-la, além de
acompanhar as leituras. Olhando uma página aqui e outra ali, deparei-me com o
“livro” de Sofonias que traz como uma das mensagens o clamor por justiça. Fiquei
curioso, e comecei a me perguntar, como estes escritos dos anos 640-630 a.C.
trazem em sua essência um problema vivenciado nos dias de hoje, tratados nos
textos que eu estudava naquele tempo de faculdade.
Comecei
a ler os escritos do aludido profeta e rapidamente terminei seu “livro”, pois
são apenas três pequenos capítulos. Daí parti para outros livros bíblicos do
Antigo Testamento, depois cartas de São Paulo e outros. Porém, às vezes o lado
racional me levava a indagar e muitas das vezes a deixar a Bíblia um pouco de
lado.
Por
outro lado, foi através dos meus textos científicos que tive a percepção de
como minha metodologia de ler e interpretar a Bíblia era errada. No tempo
mencionado, um primo me emprestou o livro do físico Marcelo Gleiser denominado
“A Dança do Universo”, e em um capítulo o referido autor relata sobre as várias
teorias sobre a criação do universo, das religiosas às científicas. Mas o que
mais me chamou a atenção foi a seguinte frase: “textos científicos são de
interpretação científica e textos teológicos são de interpretações
teológicas”. Daí repararei que não
poderia ler os escritos com meus olhos, mas sim deixar Deus os guiá-los. Desta
forma, descobrir porque os escritos sagrados são tão ricos, fascinantes e fonte
inesgotável para inspirar nossas vidas.
Estes
fatos ocorreram em uma fase da minha juventude e, ao pesquisar o significado
desta palavra nos dicionários, os mesmos nos remetem ao desenvolvimento
incompleto; algo que não esta maduro. E não estava mesmo, entretanto, uma coisa
mudou: a Bíblia passou a ser a lâmpada para os meus passos, luz no meu caminho.
Paz e Bem, irmãos!!!
Abaixo
trago algumas indagações e curiosidades sobre os escritos sagradas retiradas do
site da Santa Sé (http://www.vatican.va).
A SAGRADA ESCRITURA
Porque é que a Sagrada
Escritura ensina a verdade?
Porque
o próprio Deus é o autor da Sagrada Escritura: por isso ela é dita inspirada e
ensina sem erro aquelas verdades que são necessárias para a nossa salvação. Com
efeito, o Espírito Santo inspirou os autores humanos, os quais escreveram
aquilo que Ele nos quis ensinar. No entanto, a fé cristã não é «uma religião do
Livro», mas da Palavra de Deus, que não é «uma palavra escrita e muda, mas o
Verbo Encarnado e vivo» (S. Bernardo de Claraval).
Como ler a Sagrada Escritura?
A
Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com a ajuda do Espírito Santo e
sob a condução do Magistério da Igreja segundo três critérios: 1) atenção ao
conteúdo e à unidade de toda a Escritura; 2) leitura da Escritura na Tradição
viva da Igreja; 3) respeito pela analogia da fé, isto é, da coesão entre si das
verdades da fé.
O que é o cânone das Escrituras?
O
Cânone das Escrituras é a lista completa dos escritos sagrados, que a Tradição
Apostólica levou a Igreja a discernir. O Cânone compreende 46 escritos do
Antigo Testamento e 27 do Novo.
Que importância tem o Antigo
Testamento para os cristãos?
Os
cristãos veneram o Antigo Testamento como verdadeira Palavra de Deus: todos os
seus escritos são divinamente inspirados e conservam um valor permanente. Eles
dão testemunho da divina pedagogia do amor salvífico de Deus. Foram escritos
sobretudo para preparar o advento de Cristo Salvador do universo.
Que importância tem o Novo
Testamento para os cristãos?
O Novo
Testamento, cujo objecto central é Jesus Cristo, entrega-nos a verdade
definitiva da Revelação divina. Nele, os quatro Evangelhos de Mateus, Marcos,
Lucas e João, enquanto são o principal testemunho da vida e da doutrina de
Jesus, constituem o coração de todas as Escrituras e ocupam um lugar único na
Igreja.
Que unidade existe entre o
Antigo e o Novo Testamento?
A
Escritura é una, uma vez que única é a Palavra de Deus, único é o projeto
salvífico de Deus, única a inspiração divina dos dois Testamentos. O Antigo Testamento
prepara o Novo e o Novo dá cumprimento ao Antigo: os dois iluminam-se
mutuamente.
A Sagrada Escritura dá sustento e
vigor à vida da Igreja. É para os seus filhos firmeza da fé, alimento e fonte
de vida espiritual. É a alma da teologia e da pregação pastoral. Diz o
Salmista: ela é «lâmpada para os meus passos, luz no meu caminho» (Sal 119,105). Por isso, a Igreja exorta à
leitura frequente da Sagrada Escritura, uma vez que «a ignorância das
Escrituras é ignorância de Cristo» (S. Jerônimo).
Getúlio Martins
Secretário de Formação - Regional NE A1
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