Imigração no Brasil: o que estamos fazendo para acolher os nossos novos irmãos?
“Seu
nome é Jesus Cristo e é todo homem e vive neste mundo ou quer viver, pois pra
Ele não existem mais fronteiras, só quer fazer de todos nós irmãos, entre nós
está e não o conhecemos, Entre nós está e nós o desprezamos.”
Jadiel/Nei Araújo/ EstéfanoRutuna Adap
Jadiel/Nei Araújo/ EstéfanoRutuna Adap
Nos últimos anos intensificou a
quantidade de imigrantes no Brasil, oriundos de vários países, principalmente
de lugares como Haiti, Síria, Países da America do sul e do continente africano.
Segundo dados da Polícia Federal, há 1.847.274 imigrantes regulares no Brasil, incluindo os refugiados e asilados.
E os estados que mais recebem refugiados são: Acre, Santa Catarina e São Paulo,
esse dados da Polícia Federal foram atualizadas em março de
2015.
Essas
informações, infelizmente, não são divulgadas pela grande mídia brasileira, a
qual transmite corriqueiramente sobre os refugiados no continente europeu.
Evidentemente, o número de imigrantes no Brasil em comparação com a União
européia é bem menor, porém isso não justifica a falta informações e de
políticas públicas consolidada para receber esse público que chega almejando
paz, emprego, educação e saúde.
Diversos fatores contribuem para os
deslocamentos em massa do país de origem, como questões econômicas, conflitos
armados no oriente médio, como no caso do aumento de sírios adentrando o Brasil,
e vai até a casos de desastres naturais, os Bolivianos que vêm com intuito de
conseguir trabalho para ajudar a família são, muitas vezes, submetidos a
trabalho escravo.
O pesquisador Gustavo Barreto comentou no site do BBC
Brasil que, recentemente, o Brasil passou a receber um número considerável de
bolivianos e haitianos. Mas também chegam portugueses e espanhóis. A imprensa,
no entanto, costuma destacar muito os problemas que os haitianos trazem, e
rapidamente começa a ser construída uma visão de que eles são um problema.
Enquanto isso, os imigrantes europeus recentes são valorizados por sua cultura
e contribuição ao Brasil. Portanto, além dos problemas de adaptação da cultural
o afastamento da família alguns grupos são discriminado pela cor e
nacionalidade. E nós
enquanto cristão o que estamos fazendo para acolher esses irmãos? Será que a
omissão não é uma forma de exclusão?
O resultado dessa relação que
estabelece preconceito de pessoa ou grupo social devido a nacionalidade ou
etnia é desumano e cruel, impedir que
outros seres humanos consigam viver em plenitude por pertencer a outra
nacionalidade. Temos que aprender a acolher os irmãos que chegam e temos que lutar
para que eles possam viver dignamente. E que os imigrantes possam frequentar os
espaços que permitam vivenciar sua realidade, sua alegria e os desafios que
eles têm no seu dia a dia: trabalho, cuidar da família, lazer, religião que nem
sempre são oportunizados.
Jesus na sua caminhada não distinguia
nacionalidade, etnia ou condição social. Logo, todos eram convidados a ouvir a
boa nova. Os cristãos, de uma forma especial os franciscanos, deveriam estar
mais atentos para acolher esse povo que precisa de oportunidade de reconstruir
as suas vidas. Para isso, devemos suspender o olhar de discriminação, de
exclusão, achando que os imigrantes são terroristas, marginais, bandidos entre
outras denominações preconceituosas. Os imigrantes buscam a liberdade, a paz num mundo cada vez marcado pelas exaltação do
capital e a manutenção das desigualdades sociais. Eles enfrentam muito desafios
e um deles é se adaptar uma cultura totalmente distinta. Passando por um
processo denominado aculturação¹
A temática imigração deveria provocar ao
poder público, a sociedade e a família a discutirem essa realidade que é
crescente no Brasil. o estado, também, deveria repensar políticas públicas de
inserção voltadas para os imigrantes. E nós, enquanto cristãos e franciscanos,
deveríamos acolher os nossos irmãos que muitas vezes são marginalizados por
falta de orientação e discriminação.
Sugestão de dinâmica: Casa, inquilino e
terremoto
- Solicitar a ajuda de três voluntários e pedir
para que dois deles se posicionem um de frente para o outro com os braços
erguidos na direção do outro e as mãos dadas, formando uma casa. O
terceiro deverá se posicionar entre os dois e sob os braços deles, será o
inquilino;
- O facilitador deverá orientá-los a seguirem
seu comando para servirem de exemplo de como a atividade acontecerá quando
todos estiverem participando;
- Sempre que o facilitador disser inquilino,
todas as pessoas que estiverem nesta posição deverão, rapidamente,
procurar outra casa (as casas permanecem montadas e no mesmo lugar);
- Sempre que o facilitador disser casa, o
inquilino fica parado, enquanto todas as casas procuram outros inquilinos,
sem saírem da formação de casa, ou seja, de mãos dadas e os braços
erguidos);
- Sempre que o facilitador disser terremoto,
todas as posições mudam, as casas se desfazem e devem procurar outras
pessoas para formar o trio. Nesta nova formação, as pessoas não poderão
permanecer com os mesmos parceiros, quem era casa pode passar a ser
inquilino e vice-versa;
- Caso tenha um integrante a mais será possível
acrescentar um elemento. Estimular os participantes a não quererem
“sobrar”, dizendo que aquele que não fizer parte de um trio (sendo casa ou
inquilino) pagará uma prenda;
- O facilitador dará o comando, dizendo casa,
inquilino ou terremoto na ordem e na quantidade de vezes que quiser,
levando em consideração o grau de energia do grupo (manter energia em
alta);
- Ao final da explicação, pedir para as pessoas
formarem trios, de acordo com sua orientação.
Colocar a
música Eu Venho do Sul e do
Norte ( Padre Zezinho) e iniciar a atividade
GÉSUS DE ALMEIDA TRINDADE
Secretário de Formação – Regional NEB4
Referências:
BRANDÃO,
Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 2006.
http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/o-panorama-da-imigracao-no-brasil
¹o conjunto das mudanças resultantes do
contato, de dois ou mais grupos de indivíduos, representante de culturas
diferentes, quando postos em contato direto e contínuo.
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