COM A MÃE APARECIDA,
300 ANOS DE BENÇÃOS,
FAMÍLIA FRANCISCANA EM MISSÃO!


INTRODUÇÃO
Em agosto deste ano a Conferência da Família Franciscana do Brasil esteve reunida em Aparecida/SP para celebrar o seu Jubileu de Ouro e os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora, o encontro teve como fruto a profética “Carta de Aparecida”. São Francisco de Assis viveu em sua vida uma profunda devoção a Maria, fazendo morado na “Pequena Porção” de Santa Maria dos Anjos. Por isso, o Regional Sudeste III da Juventude Franciscana do Brasil, convida a todos os Jufristas a viverem e celebrarem Maria como este importante dom do amor de Deus que nos chama a missão como franciscanos e franciscanas. Paz e Bem!


OBJETIVOS
o   Conhecer um pouco mais sobre a Padroeira do País, a representação de Maria com o título de Nossa Senhora Aparecida que comemora em Outubro deste ano, 2017, seu jubileu de 300 anos de aparição.
o   Aprofundar a devoção a imagem de Aparecida, que é tão fervorosa que o Santuário de Aparecida recebe por ano a visita de 12 milhões de fiéis que visitam o lugar com o intuito de alcançar graças ou agradecer milagres que atribuem a Mãe Aparecida.


AMBIENTAÇÃO
Preparar o ambiente com algum objeto, desenho, de um barco e da rede; Sugestão de música: Hino Oficial dos 300 anos de N.S. Aparecida ou Nossa Senhora do Brasil. Na abertura do encontro, pode-se encenar brevemente o aparição ou ir direto para a música, pedir para todos cantarem juntos. 

ACOLHIDA
O ano de 2017 recebeu o nome de ano jubilar Mariano por conta das comemorações dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida no Brasil e os 100 anos das aparições de Nossa Senhora de Fátima em Portugal. As duas se fizeram presentes em ambas as festas: o Santuário Mariano recebeu uma imagem de Nossa Senhora de Fátima enquanto a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi recebida no Santuário de Fátima. As comemorações dos ‘300 anos de Bênçãos’ de Nossa Senhora Aparecida teve início no dia 12 de outubro de 2016, mas a preparação desta festa começou em 2013, três anos de preparação para o Jubileu.  O principal objetivo é promover a evangelização. Desde o ano de 2014 uma Imagem fac-símile da Padroeira foi enviada a diversas Arquidioceses, Dioceses e Paróquias, sendo acompanhada por Missionários Redentoristas que visitaram as capitais do país, que receberam a visita da imagem peregrina, para recolher uma porção de terra que irá compor a coroa especial de Nossa Senhora Aparecida. Outros eventos ocorreram em comemoração ao triênio, o lançamento de um selo comemorativo com elementos da devoção brasileira, campanha “Rumo aos 300 anos” que faz parte da Campanha dos devotos, o Campanário com sinos fabricados na Holanda que foi colocado ao lado do Santuário e o projeto de peregrinação que recebeu o nome de Rota 300.  Como forma de abertura para este encontro vamos nós também nos aprofundar com espírito de comemoração e devoção deste tricentenário rezando a Oração Jubilar:

Oração Jubilar – 300 Anos de Bênçãos
Senhora Aparecida, Mãe Padroeira, em vossa singela imagem, há 300 anos aparecestes nas redes dos três benditos pescadores no Rio Paraíba do Sul. Como sinal vindo do céu, em vossa cor, vós nos dizeis que para o Pai não existem escravos, apenas filhos muito amados.  Diante de vós, embaixadora de Deus, rompem-se as correntes da escravidão!  Assim, daquelas redes, passastes para o coração e a vida de milhões de outros filhos e filhas vossos. Para todos tendes sido bênção: peixes em abundância, famílias recuperadas, saúde alcançada, corações reconciliados, vida cristã reassumida. Nós vos agradecemos tanto carinho, tanto cuidado! Hoje, em vosso Santuário e em vossa visita peregrina, nós vos acolhemos como mãe, e de vossas mãos recebemos o fruto de vossa missão entre nós: o vosso Filho Jesus, nosso Salvador. Recordai-nos o poder, a força das mãos postas em prece! Ensinai-nos a viver vosso jubileu com gratidão e fidelidade! Fazei de nós vossos filhos e filhas, irmãos e irmãs de nosso Irmão Primogênito, Jesus Cristo, Amém!

VER
Coordenador:  Neste momento vamos nos aprofundar um pouco mais sobre a história da Santa Aparecida e seus 300 anos de devoção.

Leitor 1: O ENCONTRO DA IMAGEM E O PRIMEIRO MILAGRE – Em 1717 a Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá – São Paulo, receberia a visita de Dom Pedro de Almeida e Portugal, que era o Governador da Província de São Paulo e Minas Gerais, e passaria pela região no período de 17 a 30 de Outubro. Para preparar o banquete três pescadores ficaram responsáveis pela pesca: João Alvez, Felipe Pedroso e Domingos Garcia. Após várias horas e diversas tentativas as redes continuavam vazias, mas foi em uma destas tentativas que ao puxar para fora das águas escuras do Rio Paraíba do Sul, surgiu enroscada na rede a cabeça da imagem de Nossa Senhora da Conceição. Espantados os pescadores jogam as redes novamente e desta vez surge o corpo da imagem. Colocam então a imagem com cor de terracota, feita de barro com 37 centímetros dentro do barco e voltam a jogar as redes ao mar e dessa hora em diante as redes voltam sempre cheias de peixes. Ao fim da pescaria, antes de entregarem os peixes para o banquete, os pescadores entregaram os pedaços da estátua a Silvana da Rocha Alves, esposa de Domingos, irmã de Felipe e mãe de João, que reuniu as duas partes com cera, e a colocou num pequeno altar na casa da família, agradecendo a Nossa Senhora o milagre dos peixes.

Leitor 2: DE CAPELA PARA BASÍLICA – O milagre dos peixes fica conhecido em toda região e a devoção pela Santa Aparecida se expande, até que em 1740 o vigário de Guaratinguetá, padre José Alves Vilela e alguns devotos constroem uma pequena Capela, aonde acontecia a reza do terço e o cântico das ladainhas, mas não se celebrava a Eucarístia. Em 1743 é autorizado pelo Bispo do Rio Janeiro, Dom Frei João da Cruz, o culto e a construção da primeira igreja em louvor a imagem. Em 24 de junho de 1888 Dom Lino D. R. de Carvalho, bispo de São Paulo inaugurou a igreja conhecida como ‘Igreja de Monte Carmelo’ (Basílica Velha). A primeira ideia de construção de outra igreja para melhor atender os fiéis surgiu em 1917, por ocasião das celebrações do bicentenário do Encontro da Imagem. A primeira missa no local aconteceu no dia 11 de setembro de 1946, presidida pelo Cardeal Motta.


Leitor 3: A COROA E O MANTO – A festa da Senhora Aparecida no ano de 1868, até então celebrada em 8 de dezembro, dia da Imaculada Conceição, foi encerrada com a participação da princesa Isabel, herdeira do trono brasileiro, que participou das celebrações na esperança de obter a graça de um herdeiro. Para manifestar sua devoção a princesa doou a imagem um manto ornado com 21 brilhantes, representando as 20 Províncias do Império mais a capital. Anos depois, em 1884, a princesa Isabel voltava a Aparecida em reconhecimento pela graça recebida. Feliz, vinha acompanhada não só do esposo, mas dos três herdeiros, os príncipes: D. Pedro, D. Luís e D. Antônio. A princesa novamente quis honrar a imagem da Senhora Aparecida oferecendo-lhe dessa vez, uma coroa de ouro 24 quilates, 300 gramas, cravejada de brilhantes. Essa mesma coroa serviu, vinte anos depois, para a solene coroação da Imagem, por ordem do Papa São Pio X.

Leitor 4: A PADROEIRA DO BRASIL – Dom Pedro I, durante sua viagem ao Rio de Janeiro e São Paulo, passou no Santuário de Aparecida. D. Pedro, o príncipe regente quis rezar diante a imagem e lhe prometeu consagrar o Brasil caso resolvesse favoravelmente sua complicada situação política. Isto ocorreu no dia 22 de agosto de 1822. Quinze dias depois, em 7 de setembro, em São Paulo, nascia o Brasil independente. Anos depois em 16 de Julho de 1930, o Papa Pio XI assinou o Decreto constituindo Nossa Senhora da Conceição Aparecida a Padroeira do Brasil. Ele legitimou um fato já consagrado pelo povo devido à grande devoção que a santa conquistara no Brasil. A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) em sua Assembleia de 1953 determinou que a festa da Padroeira do Brasil fosse celebrada no dia 12 de outubro. Uma das razões para a escolha dessa data foi a aproximação da época do encontro da Imagem, que ocorreu na segunda quinzena de outubro de 1717.


ILUMINAR: Maria, Vida e Missão
Iluminação Bíblica (Lucas 1, 39-44) e João (2, 1-11)
Quando o Anjo do Senhor anunciou a Maria que ela iria ser Mãe de Jesus, o "Filho do Altíssimo", ela proclamou: "Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua vontade" (Lucas 1). Servir foi a razão de seu viver como mãe e, aos pés da Cruz, tornou a Mãe da Igreja. Em sua humildade, coloca-se sempre como pequena, por isso, Deus a tornou-a grande, fazenda nela maravilhas como bem sabido por todos nós. Não encontramos alguém nos relatos bíblicos que possa ter sido e vivido tão imensamente a pobreza, a humildade, a mais simples e ter seguido os desígnios de Deus com tal perfeição: ela é o ponto de ligação entre o céu e a terra. Em Lucas vemos o quão Maria é bem aventurada: a criança salta no ventre de Isabel, prima de Maria, por ocasião da visita desta, nos mostrando como é irradiar o amor de Deus, que vai além dela mesma e contagia os demais que se acercam a quem vive na graça do Pai. Na passagem em que São João nos escreve sobre Maria Santíssima temos uma outra face de Maria: nossa intercessora, aquela que pede por nós a seu Filho Jesus. Ela, naquele momento, com toda a sua sensibilidade coloca o problema dos noivos como o seu também, assim como toma para si as nossas dores, e fala confiante com Jesus: "Não tem vinho" e ele atende o seu pedido, adiantando seus milagres pela intercessão de sua mãe. Muitos outros relatos são trazidos por estes evangelistas sobre a mãezinha do céu. Todas nos mostrando como era agraciada, tamanha a sua fé, seu espírito em servir, sua pobreza de coração e por seguir fielmente os desígnios de Deus.

AGIR
Coordenador: Neste momento agir vamos relembrar a devoção de São Francisco de Assis a mãe de Jesus. O Pai Seráfico via na imagem de Nossa Senhora a mulher pobre de grande fé, que partilhava com o filho a vida de simplicidade. Foi ela quem acompanhava Jesus e os discípulos se tornando também mensageira do senhor. São Francisco deixa em seus escritos a Saudação a Mãe de Deus, saudemos juntos a mãe do senhor como Francisco saudou:
Salve, ó Senhora santa, Rainha santíssima, Mãe de Deus, ó Maria, que sois Virgem feita igreja, eleita pelo santíssimo Pai celestial, que vos consagrou por seu santíssimo e dileto Filho e o Espírito Santo Paráclito! Em vós residiu e reside toda a plenitude da graça e todo o bem! Salve, ó palácio do Senhor! Salve, ó tabernáculo do Senhor! Salve, ó morada do Senhor! Salve, ó manto do Senhor! Salve, ó serva do Senhor! Salve, ó Mãe do Senhor, e salve vós todas, ó santas virtudes derramadas, pela graça e iluminação do Espírito Santo, nos corações dos fiéis transformando-os de infiéis em servos fiéis de Deus!
Nossa Senhora nos proporcionou sermos irmãos de Jesus. A figura da Senhora Aparecida é inspiração e consolo para o povo Brasileiro. É a santa humilde que emergiu das águas para três pescadores, a santa negra do Brasil, a imagem que foi quebrada e com cuidado reconstruída, frágil, porém representante da fé.
1.    Nós seguimos este mesmo espírito simples de Nossa Senhora Aparecida?
2.    Neste Ano Mariano, o papa pediu que fosse concedida a indulgência plenária aos “verdadeiramente penitentes e impulsionados pela caridade”, nós fizemos este papel e somos merecedores de tal graça?
3.    Como gesto concreto durante a novena da Padroeira do Brasil foi pedido que sejam ofertados alimentos e produtos de limpeza para instituições beneficentes de Aparecida, façamos nós uma campanha simples de arrecadação para instituições necessitadas de nossas cidades.

CELEBRAR: 300 anos de Fé e Compromisso!
A história de Aparecida em 1717, três pescadores em época de escassez de peixes saem para a pesca. Por isso, todos os Franciscanos e Franciscanas do Brasil são convidados a SAÍREM, parar lançar suas redes de fraternidade e comprometimento com os excluídos de nossas comunidades. Neste motivando, queremos celebrar, fazendo a leitura da CARTA DE APARECIDA, profundo marco na vivência franciscana-mariana de nossa família, para que esta celebração jubilar, marque em nós um profundo comprometimento com o Reino. A fraternidade pode fazer a leitura conforme achar conveniente.

MOTIVAÇÃO FINAL
Louvado sejas meu Senhor pela nossa Irmã Água, tão preciosa, humilde e casta! Louvado sejas meu Senhor pela nossa Mãe Aparecida do Brasil, que resgatada das águas, é alento e felicidade ao povo sofrido, escravo, oprimido!
Meus irmãos e irmãs, é tempo de missão, de construir o Reino com carinho materno. Que a Mãe Aparecida ilumine e inspire a Juventude Franciscana do Brasil no seu comprometimento profético com o Evangelho de seu filho Jesus!
Pela Equipe Regional de Formação: Pâmela, Júlia e Vinícius.

ANEXO: A CARTA DE APARECIDA DA CONFERÊNCIA DA FAMÍLIA FRANCISCANA DO BRASIL
“Ouvir tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres. ” LS,49   
A Conferência da Família Franciscana do Brasil, celebrando o Capitulo Nacional das Esteiras, consciente de sua missão de “levar ao mundo a misericórdia de Deus”, dirige-se a todas as pessoas de boa vontade: àquelas que continuam acreditando em um mundo de justiça e fraternidade e àquelas que, em meio às contradições e crueldades de nosso tempo, vivem a dor da desilusão e da falta de esperança.
As partilhas realizadas nesses dias nos levam a afirmar: vivemos um verdadeiro Pentecostes. Neste sentido, o Capítulo nos chamou a um revigoramento do Carisma e nos levou a fazer memória da herança, da inspiração originária que deu início ao movimento franciscano. A experiência das esteiras nos leva a retomar nossa vocação enquanto peregrinos e forasteiros.

As bases nas quais foram construídas a nossa história estão marcadas pelo sangue dos pobres e pequenos, indígenas, mulheres e jovens negros, por um extrativismo desmedido e destruidor, por uma economia que exclui a maioria, por destruição de povos, culturas e da natureza. À luz do nosso carisma, compreendemos que se faz necessário construir um novo horizonte utópico que nos comprometa com a construção de um projeto de país com justiça e paz em respeito à integridade da criação.
Somos sensíveis ao grito dos empobrecidos e da Mãe Terra! É preciso agir com misericórdia para com eles e, com indignação diante desse sistema que exclui, empobrece e maltrata, e convocarmos a todos para se unirem à luta que hoje assumimos juntos: participar da reconstrução da Igreja com o Papa Francisco e reconstruir o Brasil em ruínas.
É chegado o momento de recolhermos nossas esteiras e as lançarmos sobre o chão das periferias do mundo, transformando continuamente nossa maneira de Ser, Estar e Consumir em reposta aos apelos do Papa Francisco.
A realidade ecológica e sócio-política-econômica do nosso país nos exige compromisso profético de denúncia e anúncio.  Assistimos, tomados de ira sagrada, à violação dos direitos conquistados, através de muitos esforços, empenhos e articulação pelo povo brasileiro. Por isso, não podemos deixar de nos empenhar junto aos movimentos sociais na luta “por nenhum direito a menos”, contra golpes, reformas retrógadas e abusivas conduzidas por um governo ilegítimo, um parlamento divorciado dos interesses da população e  uma justiça que tem se revelado fora dos parâmetros da equidade “que no lugar de fortalecer o papel do Estado para atender às necessidade e os direitos do mais fragilizados, favorece os interesses do grande capital”.
Dessa Cidade de Aparecida, Nossa Senhora, Padroeira do Brasil, resgatada das águas de um rio, hoje poluído e degradado, nos faz eleger dentre os diversos apelos um compromisso particular com a Irmã Água. Deste modo, nos empenharemos na construção de um processo de reflexão e ação em defesa da água como bem comum, que se dará através da participação da família em jornadas, fóruns e nas iniciativas de fortalecimento dos trabalhos ligados à promoção da Justiça e da Integridade da Criação.
Tudo isso acontece, irmãs e irmãos, porque São Francisco nos ensinou que nos momentos mais difíceis de nossas vidas devemos voltar à Casa da Mãe. Ele e seus irmãos voltavam, com frequência, à pequena igreja de Santa Maria dos Anjos, a Porciúncula. Nós voltamos ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida, neste 300 anos de caminhada com os pequenos desta terra.
“Óh Mãe preta, óh Mariama, Claro que dirão, Mariama, que é política, que é subversão, que é comunismo. É Evangelho de Cristo, Mariama!”, ainda assim, invocamos suas bênçãos sobre toda a nossa família e sobre um Brasil sedento de “Paz – fruto da justiça, do bem e da Misericórdia de Deus”.

CONFERÊNCIA DA FAMÍLIA FRANCISCANA DO BRASIL
REGIONAL SUDESTE 3 (SP)