“Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mateus 1:21).
(Ambiente: menino Jesus, manjedoura, presépio simples, uma vela representando Jesus Cristo a luz do mundo, imagem de São Francisco de Assis, Maria e José)

O Natal é uma data festiva comemorada pelos Cristãos, na qual se faz memoria o Nascimento de Jesus. Essa comemoração originou-se por volta do Século IV de uma festa pagã de Roma: o "Natalis Solis Invicti" ( nascimento do sol invencível), aderida pela Igreja com sentido teológico compreendido hoje pela manifestação humana de Cristo que é o "Sol Nascente que nos veio visitar" como se canta no Cântico de Zacarias ( Benedictus).
A Igreja espera ansiosamente, no tempo do advento, pela vinda do Salvador, sinal que demonstra o amor de Deus para com o mundo, uma vez que envia à terra seu filho unigênito. A importância da vinda do Messias não se concretiza pelo fato de celebrar superficialmente este acontecimento, mas sim através da conversão do povo para que o amor ao próximo não ocorra somente neste período, mas durante todo o ano.
A sociedade vive a época do Natal se iludindo, principalmente quando são traçadas metas para ajudar os pobres. As ações sociais praticadas neste curto período de tempo tem data de validade! As cestas básicas, as vestimentas, o suposto carinho distribuído pelos cidadãos findam-se no dia vinte e cinco de dezembro. Ao terminarem seus preparativos natalinos, as pessoas sentam-se em suas mesas com a sensação de dever cumprido, imaginando a alegria que aquele pobre morador de rua está sentindo por ter recebido tão grande doação: um cobertor fino e algum alimento que durará por aproximadamente dois dias.
Francisco aplicou um movimento contrário ao da atualidade. Em meio a injustiças e busca de poder, o Peregrino de Assis sempre percorreu os caminhos da simplicidade! Encontrou no mundo o Jesus Cristo pobre, frágil e humilde, que como peças de quebra-cabeça montadas uma a uma, deixou-se perceber nos leprosos de sua época à medida em que o amargo se convertia em doçura da alma e do corpo. O próprio Jacopone demonstrou tal comunhão com o projeto de Deus ao criar o Presépio em Greccio. Através de uma catequese visual, Francisco reanimou a fé dos que ali participavam daquele momento único, compartilhando alegria, paz e bem com aquele que seguia fielmente o modelo do Santo Evangelho.
O Natal não é um tempo de fantasia, mas sim, tempo de agirmos continuamente na promoção dos pobres, marginalizados e oprimidos! Como Jufristas, sejamos mais atentos aos clamores do povo! Que o menino Jesus venha nos libertar do egoísmo e do bem estar próprio! Papa Francisco insiste para que sejamos uma Igreja em saída! Cuidemos uns dos outros e deixemos Cristo, motor que nos inspira, ser protagonista deste tempo! Como votos de feliz natal deixo um trecho da música de José Acácio Santana: " Meu caro irmão, olha pra dentro do teu coração, vê se o Natal se tornou conversão e te ensinou a viver..." Paz e Bem!


A minoridade ao modo do Menino

Está chegando o Natal, época de celebrarmos a vida, o renascimento, o novo. O Natal é época de os desgostos da vida, esquecer das dificuldades e mazelas, com a esperança de nos transformarmos, a fim de, buscar uma vida mais próspera. No fundo, o que esperamos é que Deus, em sua infinita misericórdia, perdoe as nossas misérias e fraquezas.
Da forma mais singela, São Francisco de Assis, ao imitar com atenção e dedicação os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo, na cidade de Greccio, ele ressignificou o Natal, crendo que Deus assumiu a condição humana reconhecendo as pessoas em sua dignidade, sobretudo, valorizando vida enquanto lugar teológico.
O então chamado Presépio de Greccio representava mais do que uma simbologia da vida de Jesus Cristo, mas foi a forma que São Francisco encontrou de experimentar com intensidade a pobreza do filho de Deus em seu nascimento, conjecturando a presença do Pai representado em tudo que se constitui vida, revelando-se no pobre, na pessoa em situação de rua, na mulher prostituída, no doente, no toxicodependente, no homossexual, no ladrão.
No período do Natal somos convidados a nos convertermos a Cristo, voltarmo-nos a Ele, refletindo, individualmente, como acolhemos a ternura de Deus em nossa vida, deixando-nos tocar e abraçar por Ele em sua pequenez, mansidão e bondade. Aqui não se trada da bondade de identificar e prestar assistência ao necessitado como forma imediatista de matar a fome do pobre, como é feito na distribuição de cestas básicas no fim da no fim da novena de Natal, mas de nos convertermos, mudar o nosso olhar para com o mundo, tornando-nos presépios vivos. 
No entanto, nós jovens, que nos reconhecemos e assumimos ser, seguidores e testemunhas dos princípios de Francisco, aceitamos o convite de viver a minoridade expressa no pequeno Menino Deus do presépio. Que tenhamos a sabedoria de ver e sentir que o gesto concreto trazido pelo Natal é uma provocação que nos leva a repensar a manutenção da caridade que deve ser constante em nossas vidas, para além do tempo natalino.
Enquanto jovens franciscanos, na atual conjuntura como podemos corresponder à simplicidade do Menino Jesus que nasce ao mundo? Qual a nossa resposta à vida que nos interpela mediante a injustiça, a exploração, a violência, a fome? Qual o Natal que assumimos viver? Qual o Natal queremos ser/ter? 

“Todas as coisas foram feitas por Ele e sem Ele nada se fez de tudo o que foi feito” (Jo 1,3)


Proclamação do Evangelho: Lucas 2, 1-20.
(Uma breve reflexão do Evangelho relacionando os textos)

Para refletir:
·         Qual o significado do Natal em sua vida?
·         Estou disposto/a  dizer SIM ao Reino de Deus como Maria?
·         Como podemos apresentar o mundo o verdadeiro sentido do Natal?
·         O que falaria para Jesus? Qual o “presente” daria Jesus?



Música: Menino Jesus

É natal
É tempo de paz
Nosso Deus
Pequenino se faz

Lá no céu
Anjos cantam também
Um menino nasceu
Em Belém

Noite de paz
Noite de Luz
Nasceu na terra
O menino Jesus

Na pobreza
Nasce o rei
Deus menino
Pobre se fez

Com Maria
E com José
Santa Família de Nazaré

Noite de paz
Noite de luz
Nasceu na terra
O menino Jesus (4x)

Oração
Nosso Pai Seráfico um dia fez o primeiro presépio e ali acordou o menino Jesus, Ele que estava adormecido nos corações daquelas pessoas, que Ele seja acordado novamente e que o seu povo ouça o seu choro de apelo para que nos voltemos para Ti e para nossos irmãos. Que possamos ser revigorados nessa festa de nascimento de nosso Senhor, que entendamos que seu amor é para com todos, assim como no presépio, os animais e pessoas, são todos sua criação e precisam viver em harmonia. Que este seja um santo e abençoado Natal, em nós mesmo, em nossas famílias, nossa fraternidade e em nossa sociedade. Amém!

Preces
R: Escutai a nossa prece.
- Menino de Belém, acorde em nossos corações, com gritos de busca por uma sociedade melhor e mais fraterna, rezemos;
Menino de Belém, que façamos nossa convivência com as criaturas um presépio de amor, rezemos;
-Menino de Belém, que assim como a estrela no céu que guiou os magos até Ti, sejamos nós iluminados pelo vosso amor infinito para que possamos um dia chegar á glória eterna, rezemos;
Preces espontâneas.

Dinâmica
Para a dinâmica, o animador do encontro deve com antecedência pedir que os irmãos levem artigos que fazem parte do presépio no dia do encontro. E neste momento cada um apresentará o artigo que trouxe e então cada um coloca-o no local escolhido para montar o presépio. Ao colocar o artigo que trouxe o irmão deve falar o que o Natal representa em sua vida. Ao final teremos um presépio da fraternidade.


Reflexão 1 :
“...Num presépio cabe todos os rostos! É o grande encontro dos simples, dos normais, dos marginais, dos ternos, fraternos, sofridos e excluídos. Quando o diferente se encontra temos a mais bela paisagem do mundo. Tudo se torna transparente na unidade das diferenças. Num presépio não existe preconceito, existe sim aquela silenciosa e calma contemplação da beleza de cada um, de cada uma. Encarnar-se é morar junto e respeitar o diferente! Paz na Terra aos Humanos de vontade boa e bem trabalhada! Isso é que encantou Francisco de Assis!
O presépio nos lembra que Deus não está no mercado das crenças, nem no apelo abusivo do comércio natalino que faz uma profanização deste universo de símbolos: pinheiros e estrelas, animais e pastores, presépios variados. Deus nem sempre está nas igrejas e nem nas bibliotecas; mas Ele está num coração que pulsa de Amor. Esta é a sacralidade inviolável do Natal: Deus está no seu grande projeto, que é Humanizar-se, fazer valer o Amor, Encarnar o Amor!
Deus não está na violência e nem onde se atenta contra a vida. Deus não está no orgulho dos poderosos nem entre os caçadores de privilégios hierárquicos.
Mas Ele está na leveza deste Menino, Filho do Pai Eterno, a grande síntese das naturezas humana e divina.
Ele está aqui na mais bela doação do Sim de José e de Maria. Quando há disponibilidade, todo sonho é fecundo. Ele está onde se faz um presépio: lugar do Bem e da Beleza. É o grande momento de refletir este presente que ele nos dá. Isso é que encantou Francisco de Assis!
O Amor tem que ser Amado! A Verdade e a Beleza têm que ser apreciadas. Este é o lugar de Luz no meio das sombras humanas. A luz vale mais do que todas as trevas. Deus está ali com você e com Francisco diante do presépio, e abraçando você com silêncio, paz, harmonia, serenidade; acolhendo você e passando-lhe Onipresença, Onipotência eterna para a fragilidade da criatura. No presépio, Deus olha você, pessoa humana, contemplando a suprema humildade da Pessoa Divina.”
Artigo “A Mensagem Franciscana do Presépio, da Revista Franciscana, uma publicação da FFB

Reflexão 2 :  A misteriosa carta
“Queridos irmãozinhos e irmãzinhas:
Se vocês ao olharem o presépio e ao verem lá o Menino Jesus no meio de Maria e de José e junto do boi e do jumento, se se encherem de fé de que Deus se fez criança, como qualquer um de vocês;
Se vocês conseguirem ver nos outros meninos e meninas a presença inefável do Menino Jesus que uma vez nascido em Belém, nunca nos deixou sozinhos neste mundo;
Se vocês forem capazes de fazer renascer a criança escondida nos seus pais, nos seus tios e tias e nas outras pessoas que vocês conhecem para que surja nelas o amor, a ternura, o cuidado com todo mundo, também com a natureza;
Se vocês, ao olharem para o presépio, descobrirem Jesus pobremente vestido, quase nuzinho e lembrarem de tantas crianças igualmente mal vestidas e se sofrerem no fundo do coração por esta situação e se puderem dividir o que vocês têm de sobra e desejarem já agora mudar este estado de coisas;
Se vocês ao verem a vaquinha, o burrinho, as ovelhas, os cabritos, os cães, os camelos e o elefante no presépio e pensarem que o universo inteiro é também iluminado pela divina Criança e que todos eles fazem parte da grande Casa de Deus;
Se vocês olharem para o alto e virem a estrela com sua cauda luminosa e recordarem que sempre há uma estrela como a de Belém sobre vocês, acompanho-os, iluminando-os, mostrando-lhes os melhores caminhos;
Se vocês se lembrarem que os reis magos, vindos de terras distantes, eram, na verdade, sábios e que ainda hoje representam os cientistas e os mestres que conseguem ver nesta Criança o sentido secreto da vida e do universo;
Se vocês pensaram que esse Menino é simultaneamente homem e Deus e por ser homem é seu irmão e por ser Deus existe uma porção Deus em vocês e por causa disso, se encherem de alegria e de legítimo orgulho;
Se pensarem tudo isso então fiquem sabendo que eu estou nascendo de novo e renovando o Natal entre vocês. Estarei sempre perto, caminhando com vocês, chorando com vocês e brincando com vocês até aquele dia em que chegaremos todos, humanidade e universo, na Casa de Deus que é Pai e Mãe de infinita bondade, para morarmos sempre juntos e sermos eternamente felizes”.
Belém, 25 de dezembro do ano 1.
Assinado: Menino Jesus

(Leonardo Boff)


Oração diante do presépio

Menino das palhas, Menino Jesus,
Menino de Maria, aqui estou diante de ti.
Tu vieste de mansinho, na calada da noite,
no silêncio das coisas que não fazem ruído.
Tu é o Menino amável e santíssimo,
deitado nas palhas porque não havia lugar
para ti nas casas dos homens
tão ocupados e tão cheios de si.
Dá a meus lábios a doçura do mel
e à minha voz o brilho do cantar da cotovia,
para dizer que vieste encher de sentido
os dias de minha vida.
Não estou mais só: tu és o nosso companheiro
de minha vida. Tu choras as minhas lágrimas
e tu te alegras com minhas alegrias
porque tu és meu irmão.
Tu vieste te instalar feito um posseiro
dentro de mim e não quero que teu lugar
seja ocupado pelo egoísmo que me mata
e me aniquila, pelo orgulho que sobe à cabeça,
pelo desespero.
Sei, Menino de Maria, que a partir de agora,
não há mais razão para desesperar
porque Deus grande, belo,
Deus magnífico e altíssimo
se tornou meu irmão.
Santa Maria, Mãe do Senhor e Palácio de Deus,
tu estás perto do Menino que envolves
em paninhos quentes.
José, bom José, carpinteiro de mãos duras,
e guarda de meu Menino das Palhas,
protege esse Deus que se tornou
mendigo de nosso amor.
Menino Jesus,
Hoje é festa de claridade e dia de luz.
Tu nasceste para os homens na terra de Belém. Amém!

Somos convidados também a fazer de nosso coração uma nova Belém, ou uma nova Greccio, e nesses dias de preparação também montarmos o nosso presépio, deixando que aquele inocente e frágil Menino seja o verdadeiro embalo de nossas festas natalinas. Feliz Natal irmãos!
Paz e bem!
Referências Bibliográficas
FAMÍLIA FRANCISCANA DO BRASIL. Fontes Franciscanas e Clarianas. 

Joice Fátima de Oliveira
Fraternidade Perfeita Alegria, Carmo do Paranaíba/MG
Secretária Regional de Formação- Sudeste I

Noelle Carolina de Oliveira Lopes
Fraternidade Rosa de Viterbo, Betim/MG
Secretária Regional de DHJUPIC- Sudeste I

Otavio Tavares de Assis
Fraternidade Rosa de Viterbo, Betim/MG
Secretario de Formação Local

Samara Tavares Duarte
Fraternidade Félix de Nicósia, Governador Valadares/MG
Secretaria de Formação Local

Tatiane Marques Santos
Fraternidade A caminho do Francisclarianismo, Salinas/MG
Secretária Regional de AE- Sudeste I