HOJE O DIA É DE CLARA, TODO DELA!
Feliz dia, Clara, minha Prêta!
Nessa nova Assis, de becos tortuosos, de muralhas que dividem, de "Roccas Maggiores" de onde os donos da grana, do poder, dos tanques tentam cada vez mais, calar a voz de mulheres como você, fortes, batalhadoras, lavadeiras, operárias, cirandeiras, mães que tem que se desdobrar para poder suprir a ausência de um pai, mulheres que com seus instrumentos de trabalho fazem o milagre da vida acontecer: vassouras, notebooks, microfones, agulhas e linhas, tabuleiros, vassouras, batutas, termômetros, rosários, walkie-talkies...
Lavam, passam, cozinham, fazem malabares, administram, sambam, lutam, sofrem, enfrentam a lida dura, que pesa sobre a figura terna e forte da mulher.
São altas, baixas, gordas e magras, muitas lindamente fora dos padrões de uma beleza feia imposta, algumas de pele clara, outras índias, amarelas e muitas, muitas pretas, até retintas, lindas e sorridentes.
Neste país onde mulheres, suas companheiras, que sonham trabalho, pão, terra e dignidade precisam diariamente precisam empunhar o Cristo pra afugentar sarracenos de nossos tempos, de abusadores de ônibus a machos escrotos, no campo e na cidade.
Por falar em resistência, Clara, ontem houve quem a visse em Brasília, expulsando tanques de guerra, que cuspiam a fumaça vergonhosa e suja daqueles que ao invés de se preocupar com a fome, com a educação, a segurança e a saúde do povo, se preocupa com papéis, poderes e o dinheiro sujo que macula o coração do homem. Escuta a gente Clara, olha por nós daí da Assis celeste, a cada dia sua presença clara, se faz mais necessária!
Feliz dia, Clara! Ensina-nos da tua força e pureza, da tua ternura e teu vigor.
Afasta com sua força as trevas de toda ausência de amor e liberdade.
Feliz dia, Clara!
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