A QUARESMA DE SANTA CLARA
É algo verdadeiramente difícil, ou melhor, é coisa extremamente fácil, falar na Quaresma em relação a Santa Clara de Assis. Escrevendo a Santa Inês de Praga ela diz: ̋... mas nós, as sadias, jejuamos todos os dias, exceto nos Domingos e no Natal. Mas não somos obrigadas ao jejum, de acordo com um escrito do Beato Francisco, por todo o tempo da Páscoa e nas festas de Santa Maria e dos Santos Apóstolos, a não ser que estas festas caiam em sexta feira. Mas, como disse, as que somos sãs e fortes sempre comemos alimentos quaresmais... ̋ (3Ct. In 35-37).
É evidente que Clara coloca o jejum e a penitência no amplo respiro de um itinerário de Cruz, na prospectiva da Ressurreição e da Glória: ˝... Se você sofrer com ele, com ele vai reinar; se chorar com ele, com ele vai se alegrar; se morrer com ele na cruz da tribulação vai ter com ele mansão celeste nos esplendores dos santos. E seu nome glorioso entre os homens será inscrito no livro da vida. Assim, em vez dos bens terrenos e transitórios, você vai ter parte na glória do Reino celeste eternamente, para sempre, vai ter bens eternos em vez dos perecedores e viverá pelos séculos dos séculos˝ (2Ct. In 21-23).
É verdade, de Clara se diz que consumiu com as penitências seu ˝corpo de alabastro˝ além de qualquer discrição, até tornar-se necessária a intervenção de Francisco e do bispo de Assis, para que moderasse a aspereza da mortificação.
Tomás de Celano dedica um capítulo da Legenda à ˝mortificação da carne˝ que ela praticava, mas conclui com esta estupenda afirmação: ̋... transbordava no externo a santa alegria de que abundava seu íntimo, pois aos flagelos do corpo tira toda a aspereza o amor do coração.̋
Particular interesse desperta em Clara o fato que a dimensão penitencial acomete todo seu estilo de vida.
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Autora: Ir. Maria Bernarda de Cristo Rei, Cl Capuchinha
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