FRATERNIDADE E SUPERAÇÃO DA VIOLÊNCIA
“Em Cristo, somos todos irmãos” (Mt 23, 8)


Apresentação


Querida Juventude Franciscana do Brasil: Paz e Bem! Fazei-nos Senhor, instrumentos de Vossa Paz!
Neste ano, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), convocam todo o povo de Deus a sentir-se novamente a grande Família de Deus, onde todos somos irmãos e irmãs. Com o objetivo geral: “Construir a fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência”.
Nós, jovens franciscanos, queremos ser construtores da Paz, como está no Manifesto da Juventude Franciscana do Brasil (n. 15): “Declaramos a nossa firme vontade de construir a justiça e a paz a nível pessoal, familiar, social e político, inspirando-nos nas exigências cristãs da caridade.
Neste sentido, queremos como São Francisco e Santa Clara, somos interpelados a assumir a missão de sermos construtores de pontes que unam todas as pessoas diante daquilo que nos une: a Paz! Vamos rezar, refletir e celebrar!

Objetivos

- Apresentar aos jufristas uma reflexão a respeito da temática da Campanha da Fraternidade 2018;
- Propor um roteiro de encontro para que as fraternidades locais celebrem e façam uma reflexão comunitária a respeito da CF2018;

Ambientação

Sugerimos que a fraternidade organize as cadeiras de maneira circular e no centro utilize de tecidos coloridos, folhas, gravetos e acrescentem: uma Cruz (representando o tempo Quaresmal), o Cartaz da CF2018, fotos de iniciativas de superação da violência (abraços, mãos dadas, cirandas, crianças e adultos juntos, fotos da fraternidade), canetas coloridas e filipetas para a dinâmica).
Acolhida
Dirigente: Queridos irmãos e irmãs, vamos iniciar este nosso encontro celebrando a esperança em um novo mundo possível, onde a fraternidade é a lei das relações e dos afetos. Somo seguidores-discípulos de Jesus, como Francisco e Clara, construtores do Reino.

Canto de Abertura
1. Somos gente da esperança, somos gente da esperança que caminha rumo ao Pai. Somos povo da Aliança que já sabe aonde vai.
De mãos dadas a caminho porque juntos somos mais, pra cantar o novo hino de unidade, amor e paz.
2. Para que o mundo creia na justiça e no amor, formaremos um só povo, num só Deus, um só Pastor.
3. Todo irmão é convidado para a festa em comum: Celebrar a nova vida onde todos sejam um.

Ver

Apresentamos a seguir alguns trechos selecionados da Apresentação da Campanha da Fraternidade realizada pelo secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, OFM.

Dirigente: Neste momento, em que nos reunimos como Fraternidade, queremos deixar-nos interpelar pelas palavras da CNBB que nos conduzem ano a ano para que o tempo Quaresmal produza verdadeiros frutos de conversão em nosso meio!
1.    Somos seguidores de Jesus!

Leitor 1: Mulheres e homens que renasceram em Cristo. Dele, recebemos a boa notícia de que somos filhos e filhas de Deus. Somos todos irmãos (Mt 23,8). Nascer, renascer em Cristo, maturar nele; chegar à plenitude como Ele! Somos seus discípulos, aprendizes. Uma vida inteira com os olhos fixos em Jesus (Hb 12,2). Voltados para Ele, vivendo dele, partilhamos “a sua própria santidade” (Hb 12,12).

Leitor 2: Por Ele atraídos, somos enviados como anunciadores de sua presença inaudita. Missionários como Ele, o Missionário do Pai. Discípulos e discípulas da vida plena, missionários e missionárias do Reino da verdade e da graça, da justiça, do amor e da paz. Um Reino de irmãos!
2.    A Quaresma nos provoca a mudança de vida!

Leitor 3: Cultivar o caminho do seguimento de Jesus Cristo. Os exercícios quaresmais que a Igreja propõe aos católicos são: jejum, esmola e oração. Três tentativas para nos abrirmos à graça da filiação divina. Jejum: esvaziamento, expropriação, libertação. Tudo para que sejamos um só em Cristo (G1 3,28) e Cristo seja formado em nós (G1 4,19).

Leitor 4: O jejum abre nossa pessoa para a receptividade, para a liberdade da vida em Cristo. Esmola: vida, fé partilhada. A esmola nasce da alegria de ter encontrado o tesouro escondido, a pérola preciosa (Mt 13,44-46). O amor, a misericórdia busca o outro. Tem necessidade de partilha e nos aproxima da irmandade. Oração: tocados pelo dom do anúncio, apercebidos da valiosa experiência do cuidado amoroso e misericordioso de Deus em Jesus Cristo, necessitamos de palavras e silêncio para agradecer e suplicar. Uma espécie de exposição ao dom recebido na tentativa ser atingidos com maior intensidade pelo amor e pela misericórdia.
3.    Sofremos e estamos quase estarrecidos com a violência

Leitor 5: Não apenas com as mortes que aumentam, mas também por ela perpassar quase todos os âmbitos da nossa sociedade. A ética que norteava as relações sociais está esquecida.

Leitor 6: Hoje, temos corrupção, morte e agressividade nos gestos e nas palavras. Assim, quase aumenta a crença em nossa incapacidade de vivermos como irmãos.
4.    Há no desabrochar uma relação de amor e de cuidado

Leitor 7: Na origem da bondade de Deus, está o sentido da obra criada e o sentido de ser pessoa. Jesus mesmo, ao ser confrontado com a separação entre o homem e a mulher, dirá: “Moisés permitiu despedir a mulher, por causa da dureza do vosso coração. Mas não foi assim desde o princípio” (Mt 19,8). No princípio, no eclodir, no dar-se, no manifestar-se, não existe divisão, desamor, violência, mas acolhimento, reverência, pertença fraterna.

Leitor 8: A violência vem depois. Nasce do esquecimento das origens, da vocação do ser humano: o amor. O esquecimento do mandamento do amor e da ética gestam e despertam violência. Os descaminhos, no entanto, podem ser superados com a volta às origens, com a reconciliação e a misericórdia. Somos chamados à superação da violência, pois somos filhos e filhas de Deus.

Todos: Maria, Mãe do Príncipe da Paz, nos acompanhe no caminho de conversão quaresmal! Jesus Cristo crucificado-ressuscitado, que transformou todas as coisas, nos ajude no caminho da superação da violência, pois somos todos irmãos.
Iluminar

Dirigente: Neste momento, queremos abrir o nosso coração para acolher a palavra de Deus que nos alimenta e conduz na caminhada. Escutemos!
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo Mateus. Então falou Jesus à multidão, e aos seus discípulos, dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem; Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com seu dedo querem movê-los; E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes, E amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas, E as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens; Rabi, Rabi. Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo. O maior dentre vós será vosso servo. E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado. Palavra da Salvação!
(Momento de silêncio e reflexão pessoal)

Canto de Meditação

O Senhor me chamou, e me ungiu, me enviou. Levarás a boa nova, vossos pés vou lavar. Vou ser pão e levar-vos a cruz como prova.
1. Vim da parte de Deus anunciar-vos, novo tempo mais pleno de vida. Vim curar, reerguer, renovar, libertar toda gente oprimida.
2. Dentre vós que não haja senhores, que o maior lave os pés dos irmãos. Que o mais sábio se instrua com os simples e que todos se dêem sempre as mãos.  
3. Não vos chamo de servos, amigos. Confiei-vos o amor de meu Pai. Cultivai a semente, daí fruto e toda a face da terra mudai.
4. Sede fortes, brilhai como luz frente ao ódio mantende o vigor. Perdoai, persisti, sem ceder, demonstrai o que tenho a propor.
5. Não vos peço impossíveis façanhas, nem conquistas, nem feitos dos reis. Simplesmente façais como eu fiz, sem cessar como amei vos ameis.
6. Não temais trono algum deste mundo, na verdade vivei sem cessar. Sede assim testemunhas do Reino que meu Pai quis na terra plantar.

Agir

Neste momento, os irmãos devem ser divididos em três grupos, onde terão a missão de discutir a respeito das diversas formas de violência o que pode ser feito a nível pessoal para superá-las. Sugerimos que a apresentação seja em forma de teatro, onde cada grupo faça uma pequena encenação a partir de seu tema.

Grupo 1: A violência na convivência humana
o   A violência na história do Brasil;
o   Constatação da cultura da negação do outro (fenômenos: individualismos, não abertura a alteridade; criação ideológica de necessidades e felicidade, enfraquecimento dos projetos de vida, cultura do descarte);

Grupo 2: A violência e as estruturas sociais
o   Economia/ mercado;
o   Acumulação do capital;
o   Consumo;
o   Desigualdade e violência promovida pela lógica do mercado;
o   Violação dos direitos fundamentais;

Grupo 3: Violência e algumas manifestações na sociedade
o   Drogas;
o   Processo de criminalização institucional (negligência do Estado em relação às políticas sociais; justiça punitiva);
o   Sujeitos violentados: juventude pobre e negra; povos indígenas, mulheres (feminicídio); exploração sexual e tráfico humano, mundo do trabalho;
o   Violência no contexto urbano e rural (conflito pela terra);
o   Intolerância (raça, gênero e religião);
o   Violência verbal; violência no trânsito; violência doméstica;

Celebrar

Neste momento pode-se cantar o Hino da CF2018 ou colocar a música em MP3 ou CD.
Dirigente: Vamos celebrar! Enquanto escutamos o hino da CF2018, vamos preencher as filipetas com as nossas motivações pessoais e comunitárias para este tempo quaresmal. Cada jovem pode escolher um gesto concreto para ser realizado durante a Quaresma que supera a violência nos diversos níveis da vida humana: pessoal, comunitário, universal.

Hino da Campanha da Fraternidade 2018

1. Neste tempo quaresmal, ó Deus da vida. A tua Igreja se propõe a superar a violência que está nas mãos do mundo e sai do íntimo de quem não sabe amar.
Fraternidade é superar a violência! É derramar, em vez de sangue, mais perdão! É fermentar na humanidade o amor fraterno! Pois Jesus disse que “somos todos irmãos”; Pois Jesus disse que “somos todos irmãos”!
2. Quem plantar a paz e o bem pelo caminho e cultivá-los com carinho e proteção. Não mais verá a violência em sua terra levar a paz é compromisso do cristão.
3. A exclusão, que leva à morte tanta gente corrompe vidas e destrói a criação. Basta de guerra e violência, ó Deus clemente é o clamor dos filhos teus em oração.
4. Venha a nós, Senhor, teu Reino de justiça, pleno de paz, de harmonia e unidade. Sonhamos ver um novo céu e uma nova terra todos na roda da feliz fraternidade.
5. Tua Igreja tem o coração aberto e nos ensina o amor a cada irmão. Em Jesus Cristo, acolhe ama e perdoa, quem fez o mal, caiu em si e quer perdão.

Motivação Final

Oração da Campanha da Fraternidade 2018
Lado A: Deus e Pai, nós vos louvamos pelo vosso infinito amor e vos agradecemos por ter enviado Jesus, o Filho amado, nosso irmão.
Lado B: Ele veio trazer paz e fraternidade à terra e, cheio de ternura e compaixão, sempre viveu relações repletas de perdão e misericórdia.
Todos: Derrama sobre nós o Espírito Santo, para que, com o coração convertido, acolhamos o projeto de Jesus e sejamos construtores de uma sociedade justa e sem violência, para que, no mundo inteiro, cresça o vosso Reino de liberdade, verdade e de paz. Amém!