SÃO FRANCISCO E O PRESÉPIO
“Celebrava
com inefável alegria, mais que todas as outras solenidades, a Natividade do
Menino Jesus, afirmando que era a festa das festas...”.
São Francisco de Assis, o Santo apaixonado pelo modo como
Deus fez morada no mundo assumindo a condição humana, sempre deixou claro o seu
desejo de viver o Evangelho e procurava a cada minuto estar unido a Vida do
Cristo, a sua Encarnação e a sua Paixão. O Santo de Assis adorava a
simplicidade, a humildade e a pobreza de Deus no Mistério da Encarnação. “Deus
armou sua tenda entre nós, e vimos sua Glória, e da sua plenitude todos nós
recebemos graça sobre graça.”(Jo 1,14-16).
Era
o ano 1223 e nasce no coração de Francisco o desejo de transformar a cidade de
Greccio em “uma nova Belém”. Surge assim o primeiro presépio, a cena da Encarnação
do Filho de Deus. Francisco desejava experimentar e reviver na própria carne, o
mistério e o encantamento, o amor e a dor, a contradição da glória divina
revelada na pobreza do Filho de Deus. Assim, procurou uma forma didática, em um
lugar simples enriquecido de muita ternura e amor, para representar e celebrar
a noite do nascimento do Menino Deus. Contou com a ajuda de João, seu grande
amigo, bom homem com uma grande nobreza de espírito. Era preciso que todas as
pessoas sentissem e vissem o Mistério do Natal mais de perto, contemplar e ver
o nascimento de Jesus com toda sua pobreza, deitado numa manjedoura.
“ Quero lembrar o menino que nasceu
em Belém, os apertos que passou, como foi posto num presépio, e ver com os
próprios olhos como ficou em cima da palha, entre o boi e o burro...”
Chegou
o grande momento da alegria! João preparou tudo como Francisco pediu. Foram
chamados os irmãos, irmãs, mulheres, homens, camponeses e crianças. Todos com
ânimos exultantes chegaram ao local com tochas para iluminar ainda mais aquela
noite. Francisco compôs a cena: a imagem do menino Deus, uma manjedoura,
palhas, Maria e José, o boi e o burro, os pastores, as ovelhas e os anjos.
Honrando a simplicidade e louvando a
pobreza Greccio tornou-se “ a Nova Belém”.
“...A noite ficou iluminada como o
dia: era encanto para os homens e para os animais. O povo foi chegando e se
alegrou com o mistério renovado em sua alegria toda nova. O bosque ressoava com
as vozes que ecoavam nos morros. Os frades cantavam, dando os devidos louvores
ao Senhor e a noite inteira se rejubilava. O santo estava diante do presépio a suspirar, cheio de piedade e de alegria. A
missa foi celebrada ali mesmo no presépio, e o sacerdote que a celebrou sentiu
uma consolação jamais experimentada.”
Francisco
cantou o Santo Evangelho com uma voz doce e clara. Abraçou a imagem. Tomou a
imagem em seus braços e enquanto isso acontecia a imagem tomou vida! Um Grande Milagre!
Todos ficaram maravilhados! Com a ternura do presépio, Francisco iluminou e
reascendeu a fé que estava adormecida, estimulando o renascimento no coração
daquele povo. “Quando terminou a vigília solene, todos voltaram contentes para
casa.”
A notícia da
Celebração do Natal se espalhou pelas comunidades da região que começaram a
montar seus presépios nas Igrejas e Catedrais. Séculos mais tarde veio o
costume de montá-los em suas casas. A descrição de Celano falada na sua
biografia de um modo vivo deu origem a essas diversas representações, caracterizando
assim o presépio como uma das diversas tradições do Natal. Essa tradição nos
traz muita luz e beleza, cada elemento que circunda tem um papel importante: a
sagrada família, a palha, a manjedoura, os reis magos, os pastores, as ovelhas,
o boi, a vaca, os anjos e quem sabe, em muitos presépios é colocada a figura do
“Sol de Assis”. Símbolos da noite da Alegria, seja em Belém, seja em Greccio.
Francisco recriando o Presépio Celebrou e Reviveu o
Mistério do Natal. Mergulhou nesse Mistério e nos deixou um grande ensinamento.
Greccio é o coração de cada irmão, de cada irmã neste mundo tão necessitado de
sentir e encarar como ele o verdadeiro Amor. Somos convocados à luz do Carisma
recordar e reencontrar a humanidade, a Fraternidade e a ternura de Deus
presentes no presépio.
PAZ
E BEM!
Juliana
Caroline Gonçalves Almeida
Secretária Nacional de Formação Jufra do Brasil
Secretária Nacional de Formação Jufra do Brasil
Referências:
Fontes Franciscanas -
Tomás de Celano (Primeiro Livro)
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